Redação, São Paulo, 21 de agosto de 2025 – O Impostômetro, painel instalado no Centro Histórico de São Paulo pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), registrou na quarta-feira, 20 de agosto de 2025, às 10h, que os contribuintes brasileiros já haviam desembolsado R$ 2,5 trilhões em impostos, taxas, contribuições, multas, juros e correção monetária durante o ano.
Uma marca histórica — e cdo
Esse volume de arrecadação representa um aumento de cerca de 9,31% em relação ao mesmo período de 2024, quando o montante chegava a R$ 2,287 trilhões. Notavelmente, a marca foi atingida 23 dias mais cedo neste ano, consolidando um ritmo acelerado da movimentação tributária.
O que explica esse avanço?
Segundo o economista Ulisses Ruiz de Gamboa, do Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV) da ACSP, a alta e a antecipação da arrecadação derivam de múltiplos fatores:
- Aquecimento da atividade econômica, que elevou a base de consumo e de geração de renda;
- Inflação, especialmente impactante em um regime tributário predominantemente baseado no consumo, como o brasileiro;
- Gestão tributária mais rígida, com tributação de fundos exclusivos e operações offshore;
- Alterações na tributação de subsídios, especialmente estaduais;
- Retomada da tributação sobre combustíveis;
- Incidência de novos tributos como a taxação sobre apostas (bets) e encomendas internacionais;
- Reoneração da folha de pagamentos e extinção de benefícios fiscais para eventos (como o programa PERSE);
- Aumento das alíquotas de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Contexto fiscal e social
O Impostômetro oferece uma leitura em tempo real do esforço fiscal da população — abrangendo todas as esferas de governo (federal, estadual e municipal) e diversos tipos de tributos e encargos.
Enquanto isso, a plataforma Ga$to Brasil — parceira do Impostômetro — informa que os gastos primários do setor público já ultrapassam R$ 3,3 trilhões, apontando para uma diferença significativa entre arrecadação e despesas.
Historicamente, o Brasil tem uma carga tributária elevada, com destaque para a crescente predominância de tributos indiretos (consumo) que carregam caráter regressivo, afetando de forma proporcionalmente mais pesada as camadas de menor renda.
Reflexões finais
A marca de R$ 2,5 trilhões reflete, ao mesmo tempo, a robustez da arrecadação tributária brasileira e os desafios estruturais do sistema fiscal nacional — marcado por complexidade, regressividade e pressões inflacionárias.
Além disso, o fato de a arrecadação acelerar demonstra tanto a retomada econômica pós-pandemia quanto mudanças fiscais recentes, incluindo ajustes em alíquotas e revogação de benefícios.
Com a reforma tributária em curso, que visa unificar diversos tributos em um imposto sobre bens e serviços (IBS) e introduzir mecanismos como o Imposto Seletivo, o cenário tributário promete ser ainda mais dinâmico nos próximos anos.
Resumo em destaque:
Destaque | Valor ou Observação |
---|---|
Total arrecadado | R$ 2,5 trilhões (até 20/08/2025 — às 10h) |
Alta anual | +9,31% em relação ao mesmo período de 2024 |
Tempo de avanço | Marca alcançada 23 dias mais cedo |
Fatores de impulso | Inflação, consumo elevado, tributos novos |
Gastos públicos primários | R$ 3,3 trilhões (Ga$to Brasil) |
Tendência tributária | Complexa, regressiva, altos tributos indiretos |
Fonte: noticiastudoaqui.com