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COBRANÇA - Energisa cobra R$ 37 milhões da Caerd e denuncia uso de “gato” pela estatal

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A distribuidora Energisa Rondônia ingressou com uma ação no Tribunal de Contas do Estado (TCE-RO) para cobrar da Caerd (Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia) uma dívida acumulada há cerca de duas décadas, que já chega a R$ 37.369.000,00. A cobrança inclui um pedido liminar para pagamento mensal de cerca de R$ 3,1 milhões até a quitação total do débito.

Acusações graves

Em sua representação, a Energisa acusa a Caerd de manter irregularidades como:

  • Não pagar faturas de energia por mais de 20 anos;
  • Práticas de gestão temerária, possível improbidade administrativa e abuso de poder;
  • Realização de ligações clandestinas, os chamados “gatos”, para acesso não autorizado à eletricidade, sob o argumento de manter serviços essenciais à população.

Segundo o conselheiro-substituto Omar Pires Dias, relator do caso, essas práticas configuram crime previsto no Código Penal (Art. 155, §3º) e não podem ser justificadas pela suposta necessidade financeira da companhia.

Quantidade de consumo não pago e formalidades

Documentos do TCE-RO revelam que a Caerd consumiu anualmente mais de 36 milhões de kWh, estimando prejuízo de cerca de R$ 25 milhões por ano não pagos, agravando-se atualmente com valores que ultrapassam R$ 1,3 bilhão de débitos acumulados ao longo dos anos registrados nos processos preliminares de apuração.

Foram emitidos 61 Termos de Ocorrência e Inspeção (TOI) entre 2018 e 2024, dos quais 65,45% foram reconhecidos pela própria Caerd, indicando conformidade técnica das denúncias e reforçando os indícios de gestão irregular e negligente.

Trâmite no TCE-RO e encaminhamentos

O relator encaminhou o caso para análise do Ministério Público de Contas, e o processo segue como Procedimento Apuratório Preliminar (PAP) — podendo evoluir para representação formal e responsabilização da estatal municipal e seus gestores por possíveis irregularidades.

O TCE destaca que mesmo com a existência de precatórios judiciais, a Caerd não incluiu os débitos no orçamento nem indicou verbas para pagamento, violando o art. 100 da Constituição Federal e os princípios de transparência exigidos para empresas estatais.

Contexto amplo e impacto público

De acordo com informações complementares, a Energisa também acumula dívidas tributárias junto ao Estado, originadas da antiga companhia Ceron, mas a relação inadimplente com a Caerd tornou-se central por representar risco operacional e financeiro à distribuidora.

O uso das ligações clandestinas não só prejudica a Energisa como aumenta os custos da tarifa e reduz a arrecadação de ICMS no estado, recai sobre a sociedade como um todo e configura crime passível de prisão (1 a 4 anos) e multa, conforme alertam gestores da distribuidora.

Tabela resumo

AspectoInformação
Valor total da dívidaR$ 37,37 milhões (exigência atual da Energisa)
Cobrança mensal solicitadaR$ 3,1 milhões
Consumo anual não pago36 milhões de kWh (R$ 25 milhões por ano)
Número de TOIs emitidos61 (65,45% reconhecidos pela Caerd)
Crime apontadoFurto de energia / ligação clandestina (Art. 155 §3º do CP)

Conclusão

A disputa entre Energisa e Caerd expõe um quadro grave de inadimplência crônica, uso irregular de recursos públicos e possível crime contra o patrimônio coletivo em Rondônia.

O caso também reforça a necessidade de controle institucional da prestação de serviços públicos essenciais e alerta para os riscos que irregularidades podem representar para as finanças públicas e para o abastecimento da população.

Os desdobramentos do processo ensejam, inclusive, eventual responsabilização direta de dirigentes. Decisões judiciais permanecem em aberto.


Fonte: noticiastudoaqui.com

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