Redação, São Paulo, 01 de setembro de 2025 - O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que, caso vença a eleição presidencial de 2026, seu primeiro ato como presidente será conceder um indulto ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em entrevista ao jornal Diário do Grande ABC, ele declarou:
“Na hora. Primeiro ato. Porque eu acho que tudo isso que está acontecendo é absolutamente desarrazoado”.
No entanto, ele negou intenção formal de se candidatar ao Planalto em 2026:
“Eu não sou candidato à Presidência, vou deixar isso bem claro. Todo governador de São Paulo é presidenciável... Mas na história recente, só Jânio Quadros e Washington Luís chegaram à presidência”.
1. Motivações declaradas por Tarcísio
Tarcísio defendeu o indulto como medida para restaurar a “pacificação” do país, classificando os processos que envolvem Bolsonaro como desarrazoados. Ele também criticou a atuação do Judiciário, alegando que hoje não consegue confiar na Justiça, por tudo que tem visto.
Além do indulto, defendeu uma proposta de anistia via Congresso para os condenados nos atos de 8 de janeiro de 2023, dizendo que isso representa uma solução política legítima e histórica.
Tarcísio cobrou ainda que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), leve a anistia ao plenário, sem influência externa de outros poderes.
2. Repercussão política
Aliados do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiram com duras críticas. O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, classificou a fala como um “projeto de ruptura institucional”. O senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou que o foco de Tarcísio é “livrar da cadeia um criminoso que tentou atacar a democracia brasileira”.
Foram também críticas de Guilherme Boulos (PSOL-SP) e Reginaldo Lopes (PT-MG), que afirmaram que o discurso revela o compromisso de Tarcísio com a impunidade e seu alinhamento com o bolsonarismo.
3. O contexto do julgamento
O anúncio ocorreu na véspera do julgamento de Bolsonaro e outros sete réus pelo STF, programado para começar em 2 de setembro de 2025, sob acusação de tentativa de golpe de Estado e organização criminosa, cujas penas podem chegar a até 43 anos.
Bolsonaro responde pela liderança de ações contra o resultado das eleições de 2022, inclusive ataques aos prédios públicos em Brasília em 8 de janeiro de 2023.
4. Panorama político e eleitoral
Tarcísio não confirmou oficialmente sua candidatura presidencial, mas é visto como um dos nomes da direita em ascensão no debate eleitoral de 2026, especialmente diante da inelegibilidade de Bolsonaro até 2030, conforme decisão do TSE em junho de 2023.
Sua proposta de indulto e anistia reforça a narrativa de uma agenda alinhada com setores conservadores, e já movimenta discussões sobre possíveis alianças e rupturas institucionais.
Resumo em tabela
Item | Detalhes |
|---|---|
Declaração central | “Primeiro ato, se eleito, será indulto a Bolsonaro” |
Motivo alegado | Promover pacificação nacional e corrigir “absolutamente desarrazoado” processo jurídico |
Posição sobre candidatura | Nega ser candidato, mas reconhece potencial como presidenciável |
Propostas paralelas | Defesa de anistia por parte do Congresso |
Reação política | Críticas duras de PT e PSOL, que falam em risco institucional |
Contexto de julgamento | Bolsonaro será julgado no STF a partir de 2 de setembro de 2025 |
Inelegibilidade | Bolsonaro está inelegível até 2030 pelo TSE |
Fonte: noticiastudoaqui.com
