
Em mais um tirano episódio de tensão no campo em Rondônia, o governo federal determinou a desocupação do Projeto de Assentamento Jaru‑Aru (PA Jaru-Aru), no distrito de Tarilândia, localizado a cerca de 50 km de Jaru. A ordem ocorreu após uma operação conjunta realizada na localidade de Alvorada do Oeste, onde produtores rurais foram expulsos e construções demolidas.
O PA Jaru-Aru abriga atualmente 74 famílias que exercem atividades como café, leite e agricultura familiar, em propriedades de 50 hectares ou mais, concedidas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) há mais de quatro décadas.
No entanto, segundo a notícia do dia 4 de novembro de 2025, as áreas ocupadas pelos assentados estariam dentro da Terra Indígena Uru‑Eu‑Wau‑Wau, o que provocou o alerta das autoridades indígenas e motivou o decreto de desocupação.
Produtores da região relatam “calamidade moral” com o anúncio da notificação.
Para eles, não houve invasão — o INCRA já teria reconhecido o assentamento muitos anos atrás — e o que se vê agora é uma “operação de desintrusão” apoiada pela Casa Civil da Presidência da República. Um desses produtores afirmou: “Estamos pedindo socorro … vimos nossos filhos crescerem aqui e hoje não podemos plantar nem colher porque as autoridades estão em nossa porta.”
Do lado institucional, o deputado federal Lúcio Mosquini (RO) sustenta que se trata de um erro histórico de demarcação, já que as terras da TI Uru-Eu-Wau-Wau teriam sido ampliadas em 1984 e englobaram parte do território do PA Jaru-Aru que já estava legalizado pelo INCRA. “Então não houve invasão, mas um erro do próprio governo. E o INCRA já reconheceu isso.”
O clima é de apreensão entre os moradores, que temem que seus lares e plantações sejam destruídos.
Relatos falam de pessoas em estado depressivo, diante da possibilidade de perder tudo que construíram em décadas de trabalho. A situação agora se encaminha para embate legal: enquanto uma liminar do Tribunal Regional Federal (TRF) não for julgada a desocupação poderá avançar sobre o PA Jaru-Aru,
Este conflito entre assentados da reforma agrária e terras reivindicadas por povos indígenas evidencia a complexidade da questão fundiária no Brasil, marcando um novo capítulo de disputa sobre ocupação, direito à terra e reformas que se arrastam por décadas.
Fonte: noticiastudoaqui.com