
Redação, Porto Velho (RO), 11 de novembro de 2025 - A estatal dos serviços postais brasileiros, os Correios (ECT), atravessa uma das piores crises de sua história — marcada por prejuízos financeiros bilionários, queda de receita, e uma montanha de ações trabalhistas que agrava ainda mais o cenário.
Prejuízos crescentes
Em 2024, a empresa registrou um déficit de R$ 2,6 bilhões, mais de quatro vezes o prejuízo do ano anterior, que foi de cerca de R$ 597 milhões. No primeiro semestre de 2025, o prejuízo se aprofundou: foram R$ 4,37 bilhões acumulados, segundo reportagem de setembro de 2025.
O relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aponta que a estatal está com “12 trimestres consecutivos de prejuízo”, totalizando perdas de cerca de R$ 8,38 bilhões desde 2022.
Passivo trabalhista recorde
A crise não é apenas econômica — também é jurídica. Em 12 meses, os Correios registraram 56,4 mil novas ações trabalhistas, ou cerca de 154 por dia, número que corresponde a aproximadamente 70% do quadro funcional da empresa (83 mil empregados), segundo o CNJ.
Permanecem ainda 75 mil processos pendentes, muitos com décadas de tramitação. O valor desembolsado em condenações em 2024 ultrapassou R$ 1,1 bilhão e, apenas no primeiro semestre de 2025, já soma cerca de R$ 1,5 bilhão.
Causas e desafios
A deterioração da empresa é atribuída a diversos fatores:
- Queda nas receitas, especialmente no segmento de encomendas internacionais, por regulações recentes que afetam a competitividade da estatal.
- Aumento de custos operacionais, despesas judiciais elevadas, ações trabalhistas acumuladas e estrutura pesada.
- Concorrência acirrada de empresas privadas de logística, que contam com processos mais ágeis e tecnologia mais avançada, deixando a estatal em desvantagem.
Medidas adotadas e consequências possíveis
Para enfrentar o rombo, os Correios anunciaram um pacote de medidas de contenção: suspensão temporária de férias, redução de jornada, revisão de plano de saúde para funcionários e venda de imóveis, além da busca por empréstimos bilionários junto ao Tesouro Nacional. No entanto, especialistas consideram as ações “mais paliativas do que estruturais”, afirmando que apenas a privatização poderia garantir uma reversão real do quadro.
Impactos e o que está em jogo
Se a crise persistir, a estatal corre risco não só de falência operacional, mas de comprometer a prestação de serviços que são considerados essenciais — como entregas em regiões remotas, serviços bancários em áreas sem agências, e a logística de documentos públicos. O custo disso para a sociedade pode ser alto. Além disso, a forte onda de ações trabalhistas — além de onerar ainda mais a empresa — revela problemas internos persistentes, como saúde ocupacional, acordos coletivos mal negociados e gestão de pessoal deficiente.
Conclusão
A ECT vive hoje um momento crítico: somando pré-ejuízo bilionário, elevada litigiosidade trabalhista e desafios de competitividade no mercado de logística. A estatal está numa encruzilhada: ou encontra uma saída consistente para se reestruturar — ou corre o risco de se tornar insustentável em seu modelo atual. O futuro dos Correios envolverá não apenas ajustes internos, mas decisões estratégicas que podem passar por uma reforma profunda ou mesmo por mudança de controle.
Se quiser, posso buscar gráficos financeiros detalhados da ECT ou mapas dos processos trabalhistas por região, para enriquecer o conteúdo com visualizações.
Fonte: noticiastudoaqui.com