
Um relatório recente cita que grupos criminosos, entre os quais o Comando Vermelho, estão diversificando suas atividades na Amazônia. Segundo investigações divulgadas pela imprensa, essas organizações têm apostado tanto no garimpo ilegal de ouro quanto na exploração de plantações de dendê (“dendê”) para expandir seus domínios e lavar dinheiro.
A Nova Estrutura do Crime na Floresta
De acordo com a apuração, o esquema combina a extração ilegal de ouro com a ocupação de terras para plantar dendê — uma estratégia que permite aumentar a rentabilidade e ao mesmo tempo mascarar a origem dos recursos. O Comando Vermelho, tradicionalmente ligado ao tráfico de drogas, estaria usando essa diversificação para consolidar seu poder na região amazônica.
A polícia federal já investiga “milícias do garimpo” — grupos que não apenas fazem a extração ilegal, mas oferecem proteção, escolta para o transporte do ouro e até envolvimento em outras atividades criminosas.

Impactos Sociais e Ambientais
Esse esquema criminoso tem graves consequências para a Amazônia. A mineração ilegal não só provoca desmatamento, como também contamina rios com mercúrio, colocando em risco comunidades tradicionais e povos indígenas. Além disso, a grilagem de terras para plantar dendê ajuda a legitimar a presença dessas facções em territórios estratégicos, criando um ciclo perigoso de apropriação ilegal e violência.
Lavagem de Dinheiro e Poder Econômico
O ouro extraído ilegalmente tem alto valor e pode ser facilmente transportado, o que o torna um ativo ideal para lavagem de dinheiro. Já o cultivo de dendê, embora pareça uma atividade agrícola legal, serve como fachada para justificar grandes movimentações financeiras. Segundo analistas, essa combinação seria uma forma moderna de “lavagem verde”: usar uma cultura legal para dar aparência de legalidade a recursos obtidos de forma ilícita.
Desafios para o Combate

O controle dessas atividades é extremamente difícil. A polícia federal vem identificando esses “grupos híbridos” com modos de operação sofisticados — eles misturam atividades lícitas e ilícitas, dificultando a fiscalização. Por outro lado, organizações ambientais alertam que a pressão internacional por ouro e a alta lucratividade do setor favorecem a escalada desses crimes.
Conclusão
A expansão criminosa na Amazônia por meio do garimpo de ouro e da exploração de dendê representa uma ameaça dupla: para o meio ambiente e para a segurança pública. É um modelo de negócio que permite às facções criminosas acumular poder econômico e territorial, enquanto desrespeita leis ambientais e direitos de populações tradicionais. Enfrentar esse desafio exige uma abordagem integrada — que envolva polícia, fiscalização ambiental, políticas de desenvolvimento sustentável e cooperação internacional.
Fonte: noticiastudoaqui.com