Li na coluna do jornalista Sérgio Pires no site Tudo Rondônia que Ivo Cassol pretende indicar sua filha Juliana Cassol para disputar o governo em 2026, uma vez que ele não pode concorrer por força de lei. Cassol é um politico experiente. Foi prefeito de Rolim de Moura, governador e senador. Já mostrou, portanto, possuir extraordinário capital eleitoral. Isso não se discute, porém, transferir votos não é tarefa fácil. Votar no candidato Ivo Cassol é uma coisa. Votar no candidato indicado ou apoiado por ele é outra coisa completamente diferente. Em tempos de intensa polarização, é natural que o eleitor opte por decisão mais individual, ou seja, siga suas próprias convicções.
Chiquilito Erse (falecido) foi deputado federal e prefeito de Porto Velho por dois mandatos. Carismático, era o tipo do político que ganhava uma eleição sem fazer muito esforço. Até hoje seu nome é lembrado como um dos melhores prefeitos que o município já teve. Nem por isso conseguiu eleger seu sucessor. Hildon Chaves chegou ao final de seu mandato como prefeito de Porto Velho carregando na bagagem quase 90% de aprovação população, mas não emplacou sua candidata Mariana Carvalho para o Palácio Tancredo Neves.
Quer queira, quer não queira, é impossível fazer política sem a virtude da habilidade. Essa parece ser uma das características de Ivo Cassol.
Quando a situação prenunciava o caos, ele entrou no jogo e, com a capacidade política que lhe é peculiar para superar obstáculos (qualidade, inclusive, reconhecida por adversários), mudou o resultado da partida. Quanto mais complicada a situação, mais se sobressaiu a figura do político para o qual derrota é uma palavra que não faz parte do seu vocabulário, mas, convenhamos, disputar a cadeira de governador não é a mesma coisa que brigar por uma prefeitura do interior ou concorrer a uma vaga para deputado estadual. O buraco é mais embaixo.
Valdemir Caldas