Uma vida sem café e Redano com o pé na estrada



Uma vida sem café

Com surpresa, depois de eleger Donald Trump para mais um mandato, em clara resposta ao enfraquecimento dos EUA perante o avanço das economias asiáticas, os norte-americanos não se sentiram mais fortes quando viram seu café da manhã dobrar de preço. A contundente derrota sofrida por Trump e seu partido nas eleições para a Prefeitura de Nova York, a cidade mais importante do mundo, teve por base, visivelmente, a insatisfação popular dos americanos com os efeitos iniciais da gana tarifária de Trump.

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O presidente dos EUA é um notório negacionista. Defende enriquecer mesmo à custa da degradação do meio ambiente, sob a presunção de que a autorregulação do clima tratará de justificar as riquezas criadas em cima da destruição das condições climáticas. Mas há limites para a reação natural automática e regeneradora.

Há evidências científicas de que a partir de certo ponto de degradação não haverá mais a possibilidade de retorno ao status climático e natural anterior. Se hoje há queixas contra o aumento dos preços do café da manhã, as previsões indicam que no futuro os preços aumentarão ainda mais e pode ser que não haja mais condições naturais de produzir um bom café. Mais: nem será possível produzir chocolate barato, talvez nem mesmo produzi-lo, mesma situação que ameaça a oferta de vinhos. Alguns dos maiores prazeres humanos estão claramente ameaçados pela ruína do clima. Há muito leite derramado e a vaca está doente.

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Pé na estrada

Já se comportando como um pré-candidato ao governo de Rondônia o deputado estadual Alex Redano (Ariquemes), atual presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia, tem corrido pelo estado todo. Já se sabe que ele é cogitado como um candidato alternativo a coalisão governista e têm aumentado o núcleo de apoio junto as lideranças políticas do interior além de um grupo de parlamentares estaduais já fechados com ele. Mineirinho, Redano vai em frente, com o pé na estrada, mesmo sabendo que o vice-governador Sergio Gonçalves (União Brasil-Porto Velho) que assume a titularidade do CPA em abril não está disposto a renunciar à candidatura à reeleição.

Reduto populoso

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Bem mineirinho, sem barulho, Redano vai ampliando seus redutos. Ele representa a região de Ariquemes, no chamado Vale do Jamari, onde tem a esposa Carla Redano como prefeita, comprovando seu prestígio. O Vale do Jamari, com nove municípios hoje conta com a população mais populosa do interior do estado, superando a região central polarizada por Ji-Paraná. É na região da grande Ariquemes onde estão encravados dois municípios importantes, como Machadinho do Oeste e Buritis, cada um com mais de 30 mil habitantes e com grandes índices de crescimento beneficiados pela migração interna do estado.

Os orçamentos

O município de Porto Velho e o governo do estado de Rondônia vão trabalhar em 2026 com orçamentos inferiores aos desenvolvidos durante 2025. Isto significa que tanto o prefeito Leo Moraes como o governador Marcos Rocha vão ter que se espichar para cumprir obrigações sociais, mantém o pagamento dos servidores em dia e melhorar setores deficientes com as esferas de saúde e segurança pública. Arrecadando menos, recebendo menos verbas federais. Com menos habitantes – tivemos um êxodo demográfico nos últimos dois anos atestado pelo IBGE – Rondônia comemora o baixo índice de desemprego, mas tanto o prefeito como o governador vão se obrigar a colocar o pires nas mãos para os deputados federais e senadores com suas emendas para colocar o caixa em ordem no ano que vem.

Na articulação

Vamos ver como vai se comportar o vice-governador Sergio Gonçalves (União Brasil) que vai receber a titularidade em abril do ano que vem das mãos do atual governador Marcos Rocha que vai disputar uma cadeira ao Senado. Desenvolvendo uma boa gestão vai catapultar seu nome para a reeleição, não conseguindo cumprir a regularidade do atual governador Marcos Rocha, Gonçalves vai se complicar. Pode levar pau e leva junto com ele para o abismo a candidatura de Marcos Rocha ao Senado. Acredito que com as compras milionárias de prédios e áreas para o novo Heuro, o caixa vai ficar apertado para Sergio Gonçalves. É preciso ficar atento ao que rola nos bastidores.

Aniversário de Jipa

Com extensa programação, o município de Ji-Paraná que é o polo regional mais importantes do estado, situado na região central está comemorando 48 anos de existência. Ao final dos anos 70 e início dos anos 80, Ji-Paraná, impulsionado por intensa migração da região sul do País, batia sucessivos recordes de crescimento demográfico, num processo que tem tudo a ver com Amir Lando que era responsável pelo Incra Acre-Rondônia e pelo coordenador rondoniense Assis Canuto, idealizador e criador de mais de 40 municípios com os Núcleos Urbanos. Uma situação que tem muito a ver também com a Eucatur a empresa que transportava milhares de colonos do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, numa articulação vitoriosa do empresário Assis Gurgacz.

Via Direta

*** Com uma proposta de fusão de municípios começando a marcar debate no Congresso, municípios polos de Rondônia como Porto Velho, Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal e Vilhena poderiam incorporar pequenos municípios adjacentes *** A gritaria vai ser grande, porque uma situação desta descartaria também os projetos de emancipação de localidades progressistas no estado como Jaci-Paraná, Extrema e União Bandeirantes *** Dificilmente as lideranças políticas, seja em Rondônia, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul vão permitir esta proposta avançar nos quadros congressuais em Brasília.

Carlos Sperança



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