Vereadora se defende na Câmara após suspeita de recebimento irregular do Bolsa Família por filhos



Redação, Porto Velho RO, 28 de dezembro de 2025 — A vereadora Damiana Coelho de Lacerda, conhecida como Bia do Assentamento (União Brasil), compareceu ao plenário da Câmara Municipal para se defender após denúncias de que dois de seus filhos teriam recebido benefícios do programa Bolsa Família de forma irregular ao longo de 2024 e 2025. A parlamentar negou que tenha ocorrido qualquer irregularidade em curso e afirmou que as acusações são injustas e baseadas em informações distorcidas.

De acordo com levantamentos em bases de dados públicas, os valores recebidos pelos filhos da vereadora somam mais de R$ 20 mil, mesmo com indícios de que a renda familiar não se enquadraria nos critérios de baixa renda exigidos pelo programa social federal. Os registros apontam que Maria Eduarda Cavalcante de Araújo recebeu cerca de R$ 750 por mês durante grande parte de 2024 e voltou a figurar como beneficiária em 2025, apesar de estar casada com um médico com vínculo ativo na Estratégia Saúde da Família — fator que, em tese, indicaria capacidade econômica acima do limite do programa.

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Outro filho, José Renato Cavalcante de Araújo, aparece como beneficiário entre janeiro e agosto de 2025, com parcelas próximas de R$ 600 mensais, e registros em redes sociais mostram o jovem exercendo atividade profissional em uma madeireira da região. Caso essa ocupação não tenha sido informada no Cadastro Único, pode haver divergência entre a renda real e a declarada, o que motiva a investigação.

Durante a sessão, a vereadora defendeu que seus filhos teriam recorrido ao benefício apenas em momentos de necessidade, como períodos de desemprego ou dificuldades financeiras, e alegou que nenhum dos pagamentos estaria ativo no momento. Bia do Assentamento também disse que os ataques sofridos por sua família seriam “injustos e carregados de preconceito social”, ressaltando que “vergonha não é precisar de um programa social”.

Após a repercussão do caso, Maria Eduarda publicou um vídeo em suas redes sociais apresentando-se como “pessoa física independente”, pedindo que sua situação não seja associada ao mandato da mãe, embora não tenha comentado diretamente os registros oficiais de recebimento.

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O caso agora é objeto de apuração pelo Ministério Público Federal (MPF), que busca esclarecer se houve omissão de informações no Cadastro Único e se os critérios legais de renda foram devidamente atendidos no momento da concessão dos benefícios. Pelo menos até o momento, não houve manifestação formal da vereadora ou de seus familiares aos pedidos de esclarecimento das autoridades competentes.

O Bolsa Família é um programa federal criado para atender famílias em situação de pobreza e extrema pobreza, com limites rigorosos de renda per capita e exigência de atualização periódica das informações cadastrais. A legislação prevê suspensão do benefício e responsabilização em caso de informações inconsistentes ou omissões relevantes.

Fonte: noticiastudoaqui.com

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