Crise entre Rocha X Gonçalves se aprofunda no após exoneração em massa de indicados do vice-governador



A crise política no alto escalão do Governo de Rondônia ganhou novos e mais contundentes capítulos nesta terça-feira (30), após o governador Marcos Rocha determinar a exoneração de 35 servidores ligados politicamente ao vice-governador.

A medida, oficializada em edição do Diário Oficial do Estado publicada às 21h34 da segunda-feira (29), é interpretada nos bastidores como a confirmação do rompimento definitivo de um acordo político que, até então, vinha sendo mantido de forma silenciosa dentro do Palácio Rio Madeira.

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As exonerações atingem cargos estratégicos espalhados por diferentes secretarias e órgãos da administração estadual, incluindo funções comissionadas e posições de influência administrativa. Embora o governo não tenha divulgado nota oficial detalhando os motivos individuais das dispensas, a leitura política é praticamente unânime: trata-se de uma retaliação direta e de forte simbolismo, escancarando a ruptura entre o governador e seu vice.

Disputa de poder

Desde o início do mandato, Marcos Rocha e o vice-governador mantinham uma convivência institucional marcada por equilíbrios delicados, sustentados por um acordo de repartição de espaços no governo. A presença de indicados do vice em áreas-chave era vista como parte desse pacto, garantindo governabilidade e estabilidade interna.

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A decisão de exonerar, de uma só vez, 35 nomes ligados ao vice-governador rompe essa lógica e indica uma mudança radical na correlação de forças dentro do Executivo estadual. Fontes próximas ao governo avaliam que a medida foi calculada para enfraquecer politicamente o vice, esvaziando sua capacidade de articulação administrativa e sinalizando que não há mais espaço para uma convivência negociada.

Reflexos eleitorais

Além do efeito político imediato, as exonerações levantam preocupações sobre impactos na gestão pública, uma vez que atingem setores distintos da máquina estadual. Em áreas técnicas e administrativas, a saída simultânea de servidores pode provocar descontinuidade de projetos, atrasos em processos e instabilidade interna, ao menos no curto prazo.

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No campo político, o episódio ocorre em um momento sensível, quando o estado começa a entrar no clima pré-eleitoral. A ruptura no topo do Executivo tende a reverberar tanto na base governista quanto entre aliados, forçando parlamentares, prefeitos e lideranças regionais a reavaliar posicionamentos e alianças.

Tensão no Palácio

Nos corredores do Centro Político-Administrativo (CPA), o clima é descrito como de forte tensão. Servidores relatam surpresa com o volume e o horário das exonerações, publicadas já no fim da noite, o que reforça a percepção de uma decisão tomada de forma estratégica e sem margem para negociação prévia.

Até o momento, nem o governador Marcos Rocha nem o vice-governador se pronunciaram oficialmente sobre o episódio. O silêncio, no entanto, não diminui o peso político da decisão, que já é considerada um divisor de águas dentro do atual governo.

Cenário de instabilidade

A exoneração em massa evidencia que a crise deixou de ser um ruído interno para se tornar um conflito político aberto, com potencial de desdobramentos tanto administrativos quanto eleitorais. A partir de agora, a tendência é de um governo mais centralizado nas decisões do governador, mas também mais exposto a pressões políticas e questionamentos sobre governabilidade.

Com a ruptura escancarada, Rondônia entra em um período de instabilidade política no coração do Executivo, cujos efeitos devem se refletir nos próximos meses, especialmente à medida que o calendário eleitoral se aproxima e as disputas por poder se intensificam nos bastidores do Palácio Rio Madeira.


Fonte: noticiastudoaqui.com



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