
Redação, Porto Velho RO, 30 de dezembro de 2025 - Em um movimento que pode redesenhar o tabuleiro eleitoral em Rondônia e reverberar nacionalmente, o senador Marcos Rogério (PL-RO) sinalizou intenção de disputar o Governo de Rondônia nas eleições de 2026, contrariando orientação explícita do ex-presidente Jair Bolsonaro para que aliados reforcem a legenda nas eleições para o Senado Federal.
A decisão, ainda em estágio de articulação interna, evidencia uma fratura estratégica dentro do Partido Liberal (PL) — a mesma sigla que sustenta a candidatura de Flávio Bolsonaro à Presidência e busca alinhar todos os seus quadros ao projeto eleitoral nacional. A movimentação de Rogério, historicamente próximo ao ex-presidente, acende debates sobre autonomia regional e ambições pessoais frente às diretrizes do comando nacional da legenda.
O contexto da decisão
Segundo apurou a coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles, Rogério tem mantido conversas reservadas em que expressa sua intenção de ser candidato ao governo estadual, onde está bem posicionado, mesmo diante da pressão pela recondução ao Senado. A corrida ao Palácio Rio Madeira tende a se transformar em um dos principais focos da oposição ao governo federal no estado.
A discordância com Bolsonaro
Em novembro de 2024, Jair Bolsonaro pediu a Rogério que disputasse sua reeleição ao Senado. A estratégia do ex-presidente era fortalecer a representação bolsonarista na Casa, essencial para suas articulações políticas, sobretudo diante das disputas em torno de pautas sensíveis como o controle e a fiscalização de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a Constituição, o Senado é responsável por autorizar e conduzir processos de impeachment contra magistrados da Corte.
Essa orientação reflete a prioridade do grupo bolsonarista em ampliar sua influência no Congresso, mas esbarra agora na determinação de Rogério de buscar o Executivo estadual — um sinal de que nem todos os aliados estão dispostos a sacrificar ambições regionais por táticas nacionais.
Alianças e perspectivas
Para o Senado, o senador cogita apoiar o deputado Fernando Máximo (União-RO), que também é cotado para disputar o governo e pode vir a compor uma chapa com Rogério, conforme negociações ainda em curso. Essa articulação tem como objetivo fortalecer um bloco de centro-direita competitivo em Rondônia, capaz de agregar diferentes segmentos eleitorais.
A eventual candidatura de Rogério ao governo pode provocar realinhamentos internos no PL, exigir negociações com outras siglas e incitar movimentos estratégicos de aliados e adversários. Além disso, a decisão de desafiar a orientação de Bolsonaro insere Rondônia no complexo ambiente político que deve marcar as eleições de 2026 em todo o país — com disputas intensas tanto para o Executivo quanto para o Legislativo em todas as esferas.
Importância para o cenário nacional
Essa definição também coincide com um período de intensa efervescência política no Brasil, onde lideranças do PL e da direita política buscam moldar estratégias eleitorais que possam conter a oposição e maximizar suas chances tanto no nível estadual quanto na corrida presidencial de 2026. Enquanto Bolsonaro e seus apoiadores centralizam esforços em cargos legislativos estratégicos, persoangens como Rogério afirmam sua autonomia e lançam desafios às orientações do comando nacional.
Fonte: noticiastudoaqui.com