J.R.GUZZO NA OESTE - A vida está vencendo

O Islã, tal como ele é hoje vivido e exercido por suas lideranças políticas extremistas, é sobretudo a intolerância à ideia geral da liberdade

A guerra entre Israel e o Irã, passo inevitável da reação contra a ofensiva terrorista lançada cerca de dois anos atrás para varrer o Estado judeu da face da Terra, não é apenas sobre o direito de sobrevivência de um povo. É isso em primeiro lugar, sem dúvida. Israel se defende, antes de tudo, de uma associação de forças que não demanda novas fronteiras, ou porções do seu território, ou nem mesmo um tratado de capitulação — exige, simplesmente, que uma nação de 9 milhões de habitantes seja extinta “como um câncer”, na linguagem oficial do inimigo. Mas o que está em jogo, no fim das contas, é muito mais do que a sobrevivência física de Israel. É a permanência, ou extinção, do nosso modo de viver.

A guerra do Islã, já há muito tempo, tornou-se uma guerra mundial movida por um tipo de civilização contra outro — o sistema muçulmano de vida, que tem como valor supremo a tirania da religião única e dos seus clérigos sobre tudo e sobre todos, e as sociedades livres. O Irã e a sua ditadura dos aiatolás estão jogando mísseis contra Israel e construindo bombas atômicas para matar todos os judeus que vivem ali — hoje o maior obstáculo militar à ideia do califado mundial. É um projeto homicida. Mata-se agora o judeu e o “sionismo”, com umas Torres Gêmeas e um Charlie Hebdo de vez em quando, para avisar: “Nos aguardem”. Mas isso é hoje. Amanhã será a vez do cristianismo.

O fato é que Israel é a luz contra a treva, e isso raramente é perdoado. Nada poderia demonstrar com tanta clareza essa realidade quanto o esforço desesperado da imprensa, das classes culturais e dos cadáveres que são hoje a ONU e coisas parecidas para subverter a informação — e socar em cima do público, mais uma vez, a mentira sistêmica de sempre. O que as pessoas ouvem é o contrário do que acontece. Israel não está fazendo “um ataque ao Irã”. Está apenas exercendo o direito de legítima defesa contra um país que anuncia publicamente, há anos, que vai lhe jogar uma bomba nuclear em cima. Desta vez, esperou durante dois meses inteiros que o Irã cedesse a algum tipo de negociação séria. Os aiatolás se recusaram: o único acordo que aceitam é a extinção de Israel. Qual é a alternativa, então? Ficar esperando a morte certa, para satisfazer o New York Times?

Da mesma forma como é acusado de “genocídio” por reagir militarmente a criminosos que assassinaram mais de 1,2 mil civis israelenses, inclusive bebês de colo, estupraram mulheres e sequestraram reféns, como fazem as piores quadrilhas de bandidos, Israel é agora apresentado como “agressor”. É falso. Tudo o que fez foi uma indispensável operação policial de prevenção contra as instalações nucleares de uma potência estrangeira governada por malfeitores. Eles, os malfeitores, anunciam todos os dias: “Vamos lançar uma chuva de bombas atômicas em vocês. Não tem acordo”. É uma obrigação elementar do governo de Israel, seja ele de direita, de esquerda ou do raio que for, defender o direito à vida dos seus cidadãos. Israel não quer um centímetro de território do Irã; aceitaria um tratado de paz eterna, amanhã mesmo, se os iranianos quisessem. Mas não pode aceitar um arsenal nuclear hostil à sua porta.

Israel não tem objeção nenhuma ao arsenal nuclear da Rússia, da China ou da Índia — mas nem a Rússia, a China ou a Índia ameaçam jogar bombas em Israel. O Estado judeu não é uma “potência colonial”, como dizem os muçulmanos e o PT; está no mesmíssimo território em que estava 2 mil anos antes do primeiro devoto de Maomé aparecer nos desertos na Arábia. Está rigorosamente dentro das fronteiras que lhe foram legalmente atribuídas pela ONU em 1948, e que os vizinhos nunca aceitaram. Fizeram o contrário: entraram imediatamente em guerra contra Israel, perderam, declararam outras, perderam todas, legaram o seu ódio ao terrorismo financiado pelo Irã e pela Síria. Israel continua lá. Guardou unicamente pequenas porções de terra nas fronteiras, para sua autodefesa. Só quer viver em paz. Mais nada.

Israel não deve aos muçulmanos nada do que tem hoje. Transformou um deserto imprestável num dos países mais desenvolvidos do mundo, valendo-se unicamente do próprio trabalho, talento e méritos para ser o que é. Enquanto isso, os inimigos continuam enterrados na miséria de sempre, vivendo há quase 80 anos em campos de “refugiados” mantidos por esmolas da ONU, governados por escroques como a tirania do Hamas e outros terroristas e vivendo das lamentações por um país que nunca existiu, a “Palestina” que sacode bandeiras na Avenida Paulista. Israel é hoje uma potência econômica. Seu PIB per capita passa dos US$ 50 mil anuais, mais de cinco vezes maior que o do Brasil. É uma potência tecnológica indiscutível. É uma democracia plena desde o primeiro dia da sua existência, com liberdades públicas e direitos individuais nunca sonhados na região. É, enfim, uma potência militar que venceu todas as agressões que lhe foram feitas, não cede ao terrorismo e está mostrando mais uma vez, no Irã, que continua muito superior ao inimigo no campo de combate.

Em sete dias de guerra, Israel devastou sem oposição efetiva as instalações nucleares de um Irã incapaz de se defender e incompetente para contra-atacar. (Leia reportagem a seguir, de Augusto Nunes e Eugenio Goussinsky.) A ameaça de um ataque nuclear no curto prazo por parte do Irã está eliminada; levará anos para o inimigo recompor o seu arsenal atômico, as suas centrais para a produção de bombas, seus estoques de mísseis e suas instalações e recursos científicos. Israel atacou o espaço aéreo e o território do Irã de norte a sul e de leste a oeste, com mais de 70 aviões, com liberdade total e a mais de 1,5 mil quilômetros de distância das suas bases. Destruiu centros militares, depósitos de mísseis e instalações de petróleo. Não perdeu um único avião; em compensação; nenhum avião do Irã sequer levantou voo. Matou pelo menos 15 altos generais e cientistas do programa nuclear iraniano, todos em casa; nenhum estava presente a seus postos de ação. O ditador Khamenei, há 40 anos no poder, sumiu do mapa.

Tudo o que o Irã conseguiu fazer, como retaliação, foi atacar edifícios residenciais em Tel-Aviv e outros alvos estritamente civis — homicídio a sangue-frio e intencional. (Não se ouviu, naturalmente, nem uma sílaba sobre “genocídio”, nem “ataques a mulheres e crianças” — esse tipo de coisa só acontece quando as vítimas são “palestinos” da Faixa de Gaza.) É uma tragédia, claro, mas também é estrategicamente inútil. Não se ganham guerras atacando prédios de apartamento, e sim destruindo a força militar do inimigo. No caso, o poder bélico de Israel não foi nem mesmo arranhado depois de uma semana de guerra. As defesas israelenses têm sido capazes de abater no ar, com a ajuda de países árabes vizinhos e dos Estados Unidos, a maior parte dos mísseis disparados pelo Irã contra a população civil; as defesas iranianas não conseguem proteger os seus pontos-chave sob ataque. Das instalações nucleares de Israel propriamente ditas — aí, então, nem pensar. Os iranianos estão aleijados para jogar bomba atômica nos judeus. Os judeus estão intactos para jogar bomba atômica nos iranianos.

O Irã, militarmente, só vai bem na imprensa. Continuam louvando, ali, o imenso potencial armado da “Guarda Revolucionária”, um dos “maiores do mundo”. Mas a Guarda não disparou um único e miserável busca-pé contra Israel desde o começo da guerra; sua única participação conhecida, tanto quanto se sabe, foi revistar carros dos próprios iranianos em sua fuga das cidades. O que esperavam encontrar? Espiões israelenses escondidos no porta-malas? Os espiões, a essa altura, já tinham feito o seu trabalho. Os milhares de tanques do Irã não saíram da garagem. Os inimigos militares de Israel, mais uma vez, estavam tendo belas vitórias no noticiário. Infelizmente, para o Irã, isso não ajuda em nada na frente de batalha.

O erro fundamental dos jornalistas, dos professores de “política externa” entrevistados por eles e da esquerda em geral é continuar sonhando que os israelenses, de tanto serem atacados, se cansem um dia e desistam de lutar — terão, aí, a sua Palestina “do rio ao mar”. Mas os judeus de Israel estão lutando sem parar há 77 anos; não lhes foi dada nenhuma outra escolha. Não lutam, basicamente, em defesa de ideias, posições políticas ou outras abstrações: lutam, aí, sim, por sua sobrevivência física, e isso faz uma diferença gigante. Não existe nenhum povo no mundo de hoje que tenha desenvolvido tanta experiência em ficar vivo quanto o de Israel. É difícil encontrar um sentimento mais potente do que esse. O terrorista islâmico quer morrer, com os aplausos dos estudantes de Harvard, e matar o infiel. O povo israelense quer ficar vivo. Enquanto não entender isso, a esquerda vai continuar frustrada.

Israel faz hoje pelo mundo o que a Inglaterra, primeiro, e os Estados Unidos, depois, fizeram ao enfrentar e derrotar a Alemanha Nazista e, com isso, garantir a sobrevivência da liberdade nas sociedades humanas. A “solução final” de Hitler para acabar com “o problema judeu” é a mesma dos muçulmanos radicais de hoje, com o apoio das ditaduras esquerdistas e a agravante de que, desta vez, querem eliminar não apenas os judeus, mas também o cristianismo e todas as estruturas da civilização ocidental. O Brasil de Lula, naturalmente, está do lado errado dessa luta entre o bem e o mal. Assim como os comunistas estavam fechados com os nazistas até serem atacados por eles, Lula fechou com o Irã, a tirania e o terror; dobrou a aposta no seu mergulho cada vez mais fundo no antissemitismo radical que rola pelo mundo e deixou evidente, mais uma vez, o seu único compromisso real: “Tem ditadura aqui? Então eu sou a favor”.

Israel e os israelenses vão continuar vivos. O Irã, com sorte, vai conseguir um cessar-fogo para não apanhar mais ainda. Será obrigado a aceitar exigências estratégicas a serem impostas por Israel e pelos Estados Unidos. Ficou isolado em suas relações internacionais; tem o apoio verbal, e mais nada, de potências que jamais moverão uma palha contra Israel do ponto de vista militar. (Conta também com o Itamaraty de Lula e a sua insignificância sem limites.) Em compensação, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu está mais forte do que nunca esteve. Descrito como o grã-fascista do planeta, demitido a cada 15 dias pela imprensa, “isolado”, “enfraquecido” e “desesperado” nas análises dos especialistas, periga se transformar num dos grandes heróis da história de Israel, conforme for a extensão da derrota do Irã. A humanidade agradece.

(revistaoeste)



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