
Como é possível alguém, em sã consciência, dizer que defende o estado democrático de direito e, ao mesmo tempo, abraçar, sem nenhum pejo, ditaduras como China, Rússia, Venezuela, e teocracias como o Irã, onde mulheres são discriminadas, com limitações em sua liberdade pessoal, obrigadas a usar um véu para cobrir o cabelo e o pescoço, sob pena de prisão e até de tortura.
Por incrível que pareça, mas o regime dos aiatolás, que manda no Irã desde 1979, interfere até na escolha de parceiros e atividades locais. Onde estão as feministas de esquerda que não veem a violência doméstica praticada contra as mulheres iranianas, brutalmente massacradas e vilipendiadas em seus mais comezinhos direitos por causa de costumes e tradições diabólicas, completamente divorciados dos mais elementares princípios de justiça e, o que é mais importante, Divinos?
Verdadeiramente, esse pessoal só enxerga o que lhe interessa. Onde estava essa gente que não viu, ou fingiu que não viu, o que todo o mundo viu, ou seja, a morte de uma jovem iraniana de 22 anos, em setembro de 2022, após um golpe violento na cabeça desferido pela polícia moral (?) dos aiatolás por usar o véu errado? Em público, enchem a boca para defender a importância da ciência e da tecnologia para o desenvolvimento social e econômico do país, mas se calam diante da destruição de um laboratório de pesquisa de mudas de eucalipto transgênico em Itapetininga, interior de São Paulo, em março de 2015, por integrantes do MST.
Isso faz lembrar a passagem Bíblica do cisco e da trave, na qual Jesus chame de hipócrita a pessoa que é ágil no gatilho na hora de criticar os defeitos dos outros, mas, por pura vaidade, é incapaz de reconhecer suas próprias fraquezas, ou seja, quer tirar o cisco que está no olho do próximo, mas não se esforça para tirar a trave que está no seu. Afinal, é mais fácil apontar o dedo na direção do outro do que fazer uma autoavaliação.