Redação, 26/06/2025 – 18h30A Avenida Paulista será palco, neste domingo (29), de uma manifestação que promete reunir milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro em um ato público intitulado “Por Justiça e Liberdade”. O evento foi convocado pelo pastor Silas Malafaia e ocorre dias antes do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que pode tornar Bolsonaro réu em um processo relacionado à suposta tentativa de golpe de Estado.
A manifestação, segundo seus organizadores, tem como objetivo contestar o que consideram ser excessos do Judiciário e ataques às garantias constitucionais. A pauta principal do protesto é a defesa da anistia a Bolsonaro e de outros investigados no contexto dos atos de 8 de janeiro de 2023, além de um apelo geral por “liberdade, justiça e respeito ao Estado de Direito”.
Bolsonaro confirma presença: “É por Justiça, é por liberdade”
Em vídeo divulgado nas redes sociais, o ex-presidente Jair Bolsonaro confirmou que participará do ato presencialmente. Em tom de apelo à militância conservadora, ele afirmou:
“O Brasil precisa de cada um de nós. É por Justiça, é por liberdade.”
A fala ecoa entre seus apoiadores, que veem no julgamento prestes a ser iniciado pelo STF uma tentativa de silenciar a oposição e criminalizar adversários políticos. Bolsonaro tem evitado embates diretos com ministros da Corte, mas sua base sustenta que há um “cerco institucional” contra ele.
Governadores confirmados: reforço político de peso
A mobilização de domingo terá o apoio explícito de governadores de grandes estados, demonstrando que o ato extrapola o ativismo de base bolsonarista e ganha respaldo entre lideranças do Executivo estadual. Estão confirmados:
- Tarcísio de Freitas (Republicanos – SP), governador do estado anfitrião do ato e ex-ministro de Bolsonaro;
- Romeu Zema (Novo – MG), que tem adotado discurso mais liberal e crítico às instituições;
- Jorginho Mello (PL – SC), considerado um dos aliados mais próximos de Bolsonaro;
- Cláudio Castro (PL – RJ), que também levará seu aliado Rodrigo Bacellar, pré-candidato ao governo do Rio.
A presença desses governadores sinaliza um gesto de solidariedade institucional ao ex-presidente e uma tentativa de pressionar publicamente o Supremo Tribunal Federal às vésperas de um julgamento politicamente sensível.
Liberdade de expressão e crítica ao “ativismo judicial”
Organizadores e apoiadores do ato vêm reforçando a narrativa de que o país vive um momento crítico para as liberdades individuais e políticas. Acusam ministros do STF de “ativismo judicial”, censura e criminalização da oposição. Ao mesmo tempo, líderes do campo conservador têm pedido anistia ampla a investigados e condenados por atos relacionados a manifestações políticas.
Silas Malafaia, principal articulador do ato, disse em entrevista:
“O que está em jogo é o futuro da democracia. Não aceitaremos que o Judiciário se sobreponha à vontade popular.”
Clima de tensão e expectativa
A manifestação ocorre em meio a um clima de forte polarização. Por um lado, bolsonaristas denunciam perseguição política; por outro, setores da sociedade civil e representantes de instituições alertam para tentativas de pressionar o STF e deslegitimar decisões judiciais.
As forças de segurança de São Paulo já se mobilizam para garantir a ordem durante o evento, que deve atrair caravanas de diversos estados.
Próximos passos
O STF deve iniciar o julgamento de Bolsonaro nos próximos dias, e o resultado pode afetar diretamente sua elegibilidade e influência política. O ato deste domingo será um termômetro não apenas da mobilização popular em torno do ex-presidente, mas também do grau de apoio político que ele ainda mantém em setores do poder.
Fonte: noticiastudoaqui.com