OPERAÇÃO AUGUSTA - Polícia Federal desmantela braço jurídico do PCC: advogado vira alvo em “Sintonia dos Gravatas”

Redação, 26/06/2025 – A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (25) a Operação Augusta, em parceria com o Ministério Público de São Paulo (MPSP), para apurar o funcionamento do que vem sendo chamado de “Sintonia dos Gravatas” — um esquema em que advogados atuam como interlocutores do PCC dentro e fora dos presídios.

O alvo principal da ação foi o advogado Anderson dos Santos Domingues, conhecido como “DR”, apontado como figura-chave do mecanismo, sob suspeita de extrapolar suas funções profissionais ao intermediar propinas, vazar informações e articular a suspensão de investigações e inquéritos.

Como funcionava o esquema

  1. Interceptações e revelações: A PF obteve mensagens trocadas entre o policial civil Marcelo “Bombom” e Anderson, revelando que este auxiliava na obtenção de documentos falsos, pagamentos de propina e o vazamento de dados sigilosos de investigação.
  2. Operações anteriores: A facção era investigada desde janeiro de 2025 pela suspeita de criar uma rede jurídica para contratar profissionais da saúde (médicos e dentistas) com dinheiro do tráfico, usando a ONG “Pacto Social & Carcerário” como frente.
  3. Estrutura da facção: A “Sintonia dos Gravatas” é uma das divisões do PCC voltada para seu suporte jurídico — responsável por defender líderes criminosos e viabilizar operações externas com respaldo legal.

Ação da Operação Augusta

  • Mandados cumpridos: 3 prisões e 6 buscas realizadas na capital paulista.
  • Alvos principais: além de Anderson e “Bombom”, foram alvos também o policial civil Sérgio Ricardo Ribeiro (“Serginho do Denarc”) e o empresário Roberval Andrade, piloto de Fórmula Truck.
  • Material apreendido: anotações com menções ao PCC e evidências do comércio de drogas estavam entre os itens recolhidos durante ações domiciliares.

Consequências legais

  • Denúncia pelo MPF: Anderson foi formalmente indiciado por “extrapolar suas atribuições jurídicas”, enquadrando sua atuação como criminosa.
  • Medidas cautelares: O advogado segue em liberdade, mas com restrições impostas pela Justiça. O não cumprimento pode levar à prisão preventiva.

Repercussão e impactos

  • A investigação aprofunda o entendimento sobre o uso estratégico da advocacia como ferramenta de facções criminosas.
  • A atuação de “DR” iluminou a coordenação entre agentes do Estado e organização criminosa, evidenciando o nível de infiltração do PCC.
  • A continuidade de operações como a Augusta sinaliza uma ofensiva cada vez mais sofisticada das instituições de combate ao crime organizado.

O que acompanhar

  • Desdobramentos com novas denúncias do MPF ou do Gaeco.
  • Possíveis ações da OAB ou sanções disciplinares contra os envolvidos.
  • Impactos na jurisprudência sobre os limites da atuação legal de advogados com suspeita de envolvimento criminoso.

Conclusão: A Operação Augusta expõe uma engrenagem jurídica sofisticada dentro do PCC, potencialmente vulnerável a novos alvos e reveladora de riscos à integridade dos sistemas de justiça. Resta saber como avançarão as investigações e a responsabilização criminal e ética dos envolvidos.

Fonte: noticiastudoaqui.com


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