
A concessão do trecho que liga Rondônia ao Amazonas, com a implantação de um pedágio na travessia do Rio Madeira, tem gerado apreensão entre moradores, empresários e autoridades da região Norte. O projeto, que faz parte do plano federal de concessões rodoviárias, prevê a cobrança de tarifa para veículos que utilizarem a ponte, localizada em um dos principais corredores logísticos do país.
Preocupação com aumento de custos
O pedágio deve afetar diretamente o transporte de cargas, especialmente produtos agrícolas e pecuários que saem de Rondônia em direção aos portos do Amazonas. Empresários do setor avaliam que a tarifa pode encarecer o frete, refletindo no preço final de alimentos e mercadorias.
Moradores também demonstram preocupação, já que muitos dependem da travessia para atividades cotidianas, como deslocamento para tratamento de saúde, estudo e comércio entre os dois estados.
Risco de “isolamento” de Rondônia
Parlamentares e representantes de entidades locais alertam que a medida pode aumentar a sensação de isolamento de Rondônia, que já enfrenta dificuldades logísticas devido à limitação de rodovias pavimentadas e à dependência do Rio Madeira para transporte de mercadorias. Para eles, a cobrança, se não for equilibrada, pode gerar prejuízos econômicos e sociais.
Possíveis contrapartidas
O governo federal argumenta que a concessão tem como objetivo garantir manutenção, segurança e melhoria do trecho, reduzindo os custos de obras para os cofres públicos. Ainda assim, especialistas defendem que eventuais tarifas sejam estudadas de forma diferenciada para veículos de transporte de passageiros, cargas essenciais e moradores da região, evitando onerar quem depende diariamente da travessia.
Debate deve avançar
O tema deve ganhar força nos próximos meses, quando será definida a modelagem do contrato e os valores das tarifas. Em Rondônia, cresce a mobilização política e social para que o pedágio não represente um entrave ao desenvolvimento e à integração com o restante do país.