OPINIÃO DE VALDEMIR CALDAS - O exemplo do rei Canuto dos Vândalos

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Houve uma época em que ao roubo e ao furto se aplicava a pena de morte. Eram tempos de barbárie, onde a punição, por mais desproporcional e cruel, não produzia o que nos acostumamos a chamar, modernamente, de justiça.

Apesar disso, podemos tirar exemplos que deveriam ser guardados como relíquias pelas novas gerações. Cito a frase do rei Canuto dos Vândalos. Certa vez, enquanto justiçava uma quadrilha de salteadores dos tesouros do seu povo, ouviu de um deles a afirmação de que era parente do rei e, como tal, exigia tratamento diferenciado.

Em resposta, Canuto disse, que, “se esse salteador provar que é meu parente, como distinção, façam-lhe a forca mais alta, evidenciando, assim, o compromisso com a justiça e igualdade perante a lei, independentemente de laços parentescos. Se os ladrões que desviaram milhões de reais de contas de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) tivessem experimentado os tempos de Canuto, que tratamento eles teriam recebido do rei?

Ou, ainda, que castigo Canuto dispensaria ao administrador da coisa pública acusado de desviar dinheiro da saúde pública para deleite pessoal, ou ao político que usa a verba indenizatória para dar uma recauchutada no visual, viajar e comer em bons restaurantes, embora haja quem prefira comprar o camarão no comércio especializado e levá-lo para saboreá-lo em casa com a família no final de semana, entre outras mordomias?

Hoje, não temos o rei Canuto, é verdade, mas podemos contar com a vigilância de instituições como os Ministérios Públicos Federal e Estadual, as Policiais Federal e Civil, os Tribunais de Contas e as Controladorias, entre outros organismos de fiscalização. Mesmo assim, ainda é de descrença o sentimento alimentado por parcela expressiva da população diante de tantos e gigantescos arreganhos praticados e mantidos com o dinheiro dos pagadores de impostos.

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