A participação do Brasil na próxima Assembleia-Geral da ONU, em Nova Iorque, ocorrerá com uma comitiva reduzida, reflexo direto das tensões diplomáticas entre os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump. O receio de vistos cancelados por parte das autoridades norte-americanas e a postura mais dura do presidente Lula diante do “tarifaço” imposto ao Brasil levaram à decisão de limitar a delegação oficial.
Vistos cassados e mal-estar diplomático
Segundo fontes ligadas à diplomacia, alguns parceiros do governo brasileiro já teriam enfrentado restrições na entrada nos Estados Unidos, com cancelamento de vistos, o que gerou apreensão em Brasília. A medida é vista como resposta de Washington à retórica mais belicosa de Lula contra a política protecionista de Trump, que elevou tarifas sobre produtos brasileiros em setores estratégicos.
Declaração polêmica de Confúcio Moura
Entre os parlamentares atingidos pela situação está o senador rondoniense Confúcio Moura (MDB-RO), vice-líder do governo no Senado, que utilizou seu blog pessoal para comentar o episódio. Em tom irônico, afirmou que não se sentiria prejudicado caso seu visto fosse cancelado:
“Se Trump cancelar meu visto para os Estados Unidos, vou ser sincero, ele estará me fazendo um favor. Não irei mais aos EUA. E digo mais, nem vontade eu tenho.”
O senador foi além e criticou o slogan da política externa americana:
“Se Trump insiste em ‘América para os americanos’, que seja. Ele que fique com o pedaço dele. Eu fico com o nosso, que é mais generoso, mais bonito e, sobretudo, mais nosso.”
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Impactos na agenda internacional
Tradicionalmente, o Brasil tem papel de destaque na abertura da Assembleia-Geral da ONU. A redução da comitiva, contudo, sinaliza um momento de instabilidade nas relações bilaterais entre Brasília e Washington. Analistas avaliam que o episódio pode afetar não apenas o tom dos discursos, mas também negociações comerciais e políticas em andamento.
Fonte: noticiastudoaqui.com