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DOENÇAS DE PELE E INTESTINO - Estudo da Fiocruz diz que água consumida por ribeirinhos do Médio Madeira está contaminada

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Porto Velho (RO), 20 de abril de 2025 — Um estudo conduzido pela doutora Najla Benevides Matos, coordenadora do Laboratório de Microbiologia da Fiocruz Rondônia, revelou uma grave realidade enfrentada pelas comunidades ribeirinhas do Médio Madeira: a água consumida por essas populações está imprópria para o consumo humano.

A análise foi realizada no período de seca extrema que atingiu a região entre 22 de outubro e 27 de novembro de 2024, quando os níveis dos rios da bacia amazônica chegaram a patamares historicamente baixos. A iniciativa partiu de uma parceria entre a Fiocruz Rondônia e o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), com o objetivo de avaliar a qualidade da água utilizada pelas comunidades diretamente impactadas pelas alterações nos regimes dos rios.

Resultados preocupantes

Segundo o estudo, diversas amostras de água coletadas nas comunidades apresentaram contaminação microbiológica, com presença de coliformes fecais e outros agentes que colocam em risco a saúde pública. O relatório conclui que a água não atende aos parâmetros mínimos exigidos para consumo, conforme estabelecido pelo Ministério da Saúde.

“A ausência de políticas públicas eficazes de saneamento básico, aliada ao impacto ambiental causado pelas mudanças climáticas e à presença de grandes empreendimentos na região, como as hidrelétricas, agravou a situação hídrica dessas populações tradicionais”, explicou a Drª. Najla Benevides.

Impactos à saúde e ao meio ambiente

Os riscos vão além da potabilidade da água. De acordo com relatos dos moradores, já foram identificados casos recorrentes de doenças diarreicas, infecções gastrointestinais e problemas de pele. Crianças e idosos são os mais vulneráveis.

O MAB/RO ressaltou que a situação é reflexo direto da negligência histórica com as comunidades ribeirinhas, que muitas vezes não têm acesso a políticas públicas básicas de saúde, abastecimento e tratamento de água.Reivindicações e propostas

Com base nos dados coletados, o estudo será apresentado às autoridades estaduais e federais, com recomendações urgentes para que sejam adotadas medidas emergenciais, como:

  • Distribuição de água potável;
  • Implantação de sistemas de filtragem e tratamento acessíveis às comunidades;
  • Monitoramento contínuo da qualidade da água;
  • Ações estruturais para garantir o direito ao saneamento básico.

Além disso, o MAB reforça a necessidade de incluir as populações atingidas por barragens e mudanças climáticas nas discussões sobre políticas ambientais e energéticas da Amazônia.

A Fiocruz Rondônia deve publicar nos próximos dias o relatório completo do estudo, com dados técnicos, gráficos e recomendações para gestores públicos.

Fonte: noticiastudoaqui.com

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