
Rondônia alcançou um marco inédito em investigação criminal: 92% dos homicídios registrados no estado foram esclarecidos, estacionamento histórico segundo o relatório “Onde mora a impunidade?”, do Instituto Sou da Paz. Este desempenho superior posiciona Rondônia como o segundo estado com maior taxa do Brasil, atrás apenas do Distrito Federal, que atingiu 96%.
A pesquisa considera homicídio esclarecido quando ao menos um autor é identificado e denunciado pelo Ministério Público até o final do ano seguinte ao crime. A média nacional está muito abaixo: apenas 36% dos homicídios são elucidados no Brasil.
Para efeito comparativo, estados como Paraná registram índice de 72%, Mato Grosso 71%, enquanto Bahia (13%), Rio de Janeiro (23%) e Piauí (23%) aparecem entre os piores desempenhos.
Fatores que contribuíram para o avanço
Segundo a Secretaria de Segurança, Defesa e Cidadania de Rondônia (Sesdec), os principais elementos responsáveis pelo recorde foram:
- A atuação articulada entre órgãos como Polícia Civil, POLITEC e Ministério Público;
- A padronização de procedimentos investigativos;
- O uso de inteligência analítica;
- O fortalecimento dos Serviços de Investigação e Captura (SEVICs).
Essa combinação de planejamento, técnica e cooperação institucional teria garantido maior celeridade nos inquéritos, precisão nas apurações e respostas mais efetivas à sociedade.
Importância social e desafios
O resultado coloca Rondônia como exemplo de eficiência investigativa no combate à impunidade — uma vez que, além do caráter simbólico, há impacto direto sobre a sensação de segurança da população. A capacidade de identificar e processar responsáveis por homicídios contribui para restaurar a confiança nas instituições de segurança pública.
Ainda assim, manter esse desempenho exige continuidade de recursos, investimento tecnológico e capacitação. A pressão por resultados também pode gerar desafios operacionais, como a necessidade de preservar direitos básicos, garantir os devidos processos legais e evitar falhas que comprometam a legitimidade das ações investigativas.
Fonte: noticiastudoaqui.com