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ALUNO DE BEIRA-MAR - Traficante 'Zeus' aprendeu, no presídio federal de Porto Velho, técnicas para dominar a 'Muzema' no RJ

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Investigação revela como conexões em presídio federal impulsionaram ascensão de “Zeus” ao topo do crime organizado no Rio de Janeiro

PORTO VELHO (RO) / RIO DE JANEIRO (RJ) – Um nome vindo do Norte do país está no centro da recente expansão do Comando Vermelho no Rio de Janeiro: Luiz Carlos, conhecido no submundo do crime como “Zeus”, é apontado como líder da facção que atualmente domina a comunidade da Muzema, na Zona Oeste carioca. O traficante, que começou sua trajetória em Rondônia, teria alavancado sua carreira após conhecer Fernandinho Beira-Mar, durante o tempo em que ambos estiveram presos na Penitenciária Federal de Porto Velho.

Nascido em Fortaleza, Zeus se firmou inicialmente como um dos principais chefes do tráfico em Rondônia. Porém, sua aproximação com Beira-Mar dentro do sistema prisional federal foi o ponto de virada que o inseriu nas engrenagens do crime organizado de dimensão nacional.

Da cadeia ao comando

Após deixar o presídio, Luiz Carlos se estabeleceu no Rio de Janeiro durante a pandemia da Covid-19, período em que o controle territorial por facções passou por reconfigurações. Rapidamente, ele ganhou a confiança de Edgar Alves de Andrade, o “Urso” ou “Doca”, uma das lideranças mais influentes do Comando Vermelho no Complexo da Penha, e passou a comandar operações criminosas na Muzema.

Sob sua liderança, a comunidade se transformou em um centro operacional do crime organizado, segundo investigações do Ministério Público e da Polícia Civil do Rio de Janeiro. A atuação do grupo inclui:

  • Tráfico de drogas em larga escala
  • Roubos de veículos e cargas
  • Extorsão de moradores e comerciantes
  • Operação ilegal de serviços como internet e TV a cabo
  • Invasão e ocupação forçada de imóveis

Expansão e conflito

Com lucros expressivos gerados na Muzema, Zeus iniciou uma ofensiva para tomar a comunidade vizinha de Rio das Pedras, tradicional reduto de milicianos. A disputa por território resultou em uma nova onda de violência e expôs o avanço do Comando Vermelho sobre áreas antes dominadas por grupos paramilitares.

Conexões mantidas com Rondônia

Apesar da mudança de base para o Rio, o grupo de Zeus mantém laços com Rondônia. Um dos exemplos é a prisão de João Vinícius Tavares Corrêa, apontado como braço direito do traficante, detido recentemente em Porto Velho. A captura revela que o grupo ainda exerce influência na região Norte.

Poder que ultrapassa grades

Para o especialista em segurança pública Marcos Freire, o caso de Zeus escancara um dos principais desafios do sistema prisional brasileiro: a manutenção da cadeia de comando mesmo com líderes encarcerados. “Essas ordens continuam circulando, seja por advogados, visitas familiares ou por sistemas de comunicação mais sofisticados”, explica.

Segundo Freire, criminosos de alto escalão trazem consigo uma estrutura completa de apoio quando transferidos para outros estados. “O staff dele vem junto. Isso altera completamente a dinâmica do crime na região”, alerta.

Reflexos na segurança pública nacional

A trajetória de Zeus, de Rondônia ao Rio, é sintoma de uma criminalidade que não respeita fronteiras. As investigações apontam para uma sofisticação crescente nas redes criminosas, com articulações interestaduais, estrutura empresarial e operações de grande porte.

A expansão do império criminoso de Zeus coloca em xeque a capacidade de o Estado neutralizar líderes do tráfico mesmo dentro de presídios de segurança máxima, e reforça a necessidade de políticas integradas entre os entes federativos para conter o avanço do crime organizado no Brasil.

Fonte: noticiastudoaqui.com

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