- Osman, canta a minha música pra mim!
O pedido soou mais como um apelo, de um dos maiores empresários do transporte de passageiros, no país e no exterior.
Assis Gurgacz e sua família, estavam sendo homenageados pela Assembleia Legislativa de Rondônia, em comemoração ao 61º aniversário de criação de sua empresa União Cascavel, agora Eucatur, no início desta semana, quando enxergou entre o público, o cantor e compositor Osman Silva, velho amigo de velhos tempos que, um dia o surpreendeu com uma canção que nunca mais saiu do seu coração.
Fez sinal com a mão e o chamou, em seguida pediu:
- Canta minha música!
Na sequência pediu ao maestro da orquestra da sua empresa, que se apresentava no evento, que recebesse o cantor.
Osman Silva pegou o violão e interpretou ‘Herói do Volante’, uma canção de sua autoria, letra e melodia, destacando a aventura dos motoristas da União Cascavel, nas estradas cheias de atoleiros ou cobertas de poeiras de Rondônia, no começo dos anos 80.
Parece música sugerida ou encomendada. Mas não foi.
A música composta e lançada no mercado em Compacto Duplo em 1985, reflete a sensibilidade do compositor ao registrar, em poesia melódica, o que os seus olhos viam, nos tempos da moderna colonização de Rondônia. Afinal, cultura é também história.
E o público que lotava as galerias e o plenário do Poder Legislativo de Rondônia, cantou ‘Herói do Volante’, junto com o autor e intérprete, emocionando a todos.
Trajetória de Osman Silva
‘Herói do Volante’ não é a única música autoral de Osman Silva.
O cantor e compositor maranhense de Chapadinha, tem inúmeras outras criações. Tanto que antes do compacto duplo, já havia lançado o Long Play ‘Ferrovia do Diabo’, canção em coautoria com seu irmão, Deodato Silva.
Com dez composições autorais, o LP lançado em 1984 fez sucesso em Rondônia e outros estados do país, como Paraná e o Rio de Janeiro. Neste, Osman explodiu após a Rádio Mundial tê-lo apresentado ao público carioca.
‘Ferrovia do Diabo’, registrando a visão do compositor sobre a Ferrovia Madeira-Mamoré, atraiu a atenção do público do Sudeste sobre a mítica estrada de ferro, construída em plena selva amazônica, no início do século XX.
O cantor acabou sendo contratado para vários shows no ‘Chopp Duplo’, uma das maiores casas de espetáculo do Rio de Janeiro, na época.
Quando estava prestes a se apresentar no ‘Canecão’, a maior casa de shows carioca, resolveu vir passar o natal com a família em Rondônia, e não voltou mais, deixando seu empresário, Roney, com as mãos na cabeça.
Aqui, dividia sua arte e o seu talento com o ‘Jornal O Parceleiro’, onde era diretor comercial. E rodava todos os cantos e recantos de Rondônia, vendendo o semanário e cantando nas cidades, em inúmeros eventos.
Mas isso ainda não é tudo.
Osman Silva, antes de migrar para Rondônia, vindo de Itabuna, Capital do Cacau, no Sul da Bahia, já havia revelado o seu talento e até criado uma banda de rock, o ‘Som Apache’, que embalou a juventude baiana dos anos 70, em apresentações pelas cidades grapiunas, lotando clubes e casas de espetáculos.
Em Rondônia, retomou a música, compôs, interpretou e gravou sucessos como o regional ‘Rio das Garças’ e ‘Menina Carona’, no compacto duplo ‘Herói do Volante’.
Embarcando na música brega, fez ‘Amor Fingido’, ‘Você um dia vai se arrepender’, ‘Aventureira’, e o regional ‘Podão Nela’, satirizando o combate à ‘vassoura-de-bruxa’ que dizimava os cacauais, além do rock/soul ‘Do Outro Lado’.
Tudo no LP ‘Ferrovia do Diabo’, com músicas autorais. Várias delas em coautoria com o compositor Deodato Silva e outros parceiros.
Agora ouça ‘Herói do Volante’:
Fonte: notíciastudoaqui.
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