Fox, Disney, Sky: a briga do streaming chegará a você
O mercado americano de entretenimento tem uma semana cheia de balanços que podem ser reveladores. Nesta quarta-feira, a 21st Century Fox anuncia seu resultado trimestral, enquanto negocia a venda de seus estúdios cinematográficos para a gigante de mídia Disney — um negócio avaliado em 71,3 bilhões de dólares, valor já aprovado por acionistas da Disney e da Fox no final do mês passado.
É esperado que a Fox anuncie lucro por ação de 0,54 centavos de dólar, um aumento de 50% em relação ao ano passado, com faturamento de 7,7 bilhões de dólares, alta de 15%. As ações da Fox já acumulam alta de 61,8% no último ano, motivadas por desejos de compra de Disney e da concorrente Comcast.
Ontem a Disney anunciou alta de 26% no lucro. Mas os resultados ficaram abaixo da expectativa do mercado, com a empresa sob forte escrutínio dos investidores por resultados mais consolidados nas operações de vídeo, diante da competição com serviços de streaming, como Netflix, Hulu e Amazon Prime Video. As ações da empresa têm tido idas e vindas nos últimos anos, mas acumulam alta de 14,5% nos últimos três meses conforme a compra da Fox foi se concretizando. Leia também: O streaming está derrubando os cinemas (e a pirataria) revela pesquisa
Com a compra da Fox, a Disney teria uma parcela no Hulu, além dos direitos de transmissão e venda de marcas como Avatar e X-Men, o que daria margem para a empresa criar ainda mais com base nos títulos que detém. No anúncio de resultados, o presidente da Disney, Bob Iger, agradeceu o apoio dos acionistas e disse estar entusiasmado com a aquisição, que daria alavancagem para as marcas, franquias e negócios da Disney. Uma das grandes expectativas é pelo lançamento de um aplicativo de streaming ainda mais forte nos próximos meses, uma promessa antiga da Disney que deve ser um dos serviços de maior qualidade, e preço, do mercado.
Analistas também estarão na expectativa de algum anúncio da Fox sobre a compra da transmissora Sky. Mas a companhia de mídia Comcast, que brigou diretamente com a Disney pela Fox, também quer a Sky: a empresa lidera as ofertas, com 34 bilhões de dólares. A Fox fez uma oferta de 32,5 bilhões na terça-feira.
A onda de fusões e aquisições no mercado de entretenimento americano deve afetar diretamente os consumidores brasileiros. O conteúdo produzido por lá é o principal chamariz dos serviços de streaming, e de boa parte da TV por assinatura, assistidos por aqui.
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