NASA lança hoje sonda que vai estar mais perto do Sol
Chama-se 'Parker Solar Probe' e o seu lançamento para o espaço, a partir da base de Cabo Canaveral, na Florida, nos Estados Unidos, está previsto para as 03h33 locais (08h33 em Lisboa).
Pela primeira vez, a NASA deu a uma sonda o nome de uma pessoa que está viva, neste caso o astrofísico norte-americano Eugene Parker, de 91 anos, que, segundo a agência noticiosa AP, espera assistir ao lançamento em Cabo Canaveral.
Parker é o 'pai' do conceito de vento solar que a sonda se propõe observar mais a fundo, ao 'viajar' até bem perto da coroa do Sol, a camada mais externa da atmosfera da estrela, mais quente do que a sua superfície e de onde 'saem' partículas energéticas, sobretudo eletrões e protões.
Com o tamanho de um pequeno carro, a "Parker Solar Probe" tem uma 'esperança de vida' de sete anos. O seu escudo térmico, feito à base de carbono, permite-lhe resistir a temperaturas superiores a mil graus Celsius na sua maior aproximação ao Sol.
A sonda vai 'navegar' pela atmosfera do Sol aproveitando a 'janela de oportunidade' dada pela gravidade de Vénus, o segundo planeta mais próximo do 'astro-rei'.
De acordo com a NASA, o aparelho vai aproximar-se da superfície do Sol como nunca antes uma sonda o fez, permitindo obter as observações mais próximas de uma estrela.
Na sua órbita final pelo Sol, antes de colapsar, a sonda vai viajar a 696 mil quilómetros por hora, o que a tornará no objeto humano mais rápido de sempre, e estar a cerca de 6,1 milhões de quilómetros de distância da superfície da estrela, isto é, mais de sete vezes mais próxima do Sol do que a sonda Helios 2, que detém o atual recorde de distância.
Lançada para o espaço em 1976, a Helios 2, hoje inoperacional, chegou a estar a 43 milhões de quilómetros do Sol.
A "Parker Solar Probe" vai chegar perto o suficiente do Sol para, segundo a NASA, captar a variação da velocidade do vento solar e ver o 'berço' das partículas solares de maior energia.
Os cientistas querem perceber como a energia e o calor circulam através da coroa solar (constituída por plasma, gás ionizado formado a altas temperaturas) e explorar o que acelera o vento solar e as partículas energéticas.
A NASA realça, justificando a importância da missão, que perturbações no vento solar agitam o campo magnético da Terra, que protege o planeta da radiação solar, e interferem com o clima espacial, que pode mudar a órbita dos satélites, encurtar a sua 'vida' e alterar o funcionamento de equipamentos eletrónicos a bordo e comunicações terrestres, assim como pôr em perigo a sobrevivência de astronautas.
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