UM SÉCULO DA GRANDE DAMA DA EDUCAÇÃO DE RO

Dezesseis de julho. Uma data para o futebol chorar, porque em 1950 o Brasil perdia para o Uruguai a Copa cuja final foi disputada no Maracanã. Para o rondoniense, mais especificamente para a Educação, a Política, a Cultura neste Estado, uma data importante para lembrar: Há um século a 16 de julho, nascia em Belém do Pará Marise Magalhães, que depois acresceria o nome Castiel, e se tornaria a seguir na grande
referência da presença feminina no Estado que ela ajudou a construir.
Em 1976, quando vim aqui para ficar apenas um tempo, o jornalista e advogado Rochilmer Rocha estava lançando um jornal (A Tribuna) e encarregou-me de, no primeiro número e daí em diante, construir textos sobre fatos e personalidades da História local – um dos alvos a professora Marise Castiel.
Como sempre faço quando vou entrevistar alguém, procurei informações sobre quem era e o que representava para o Território aquela senhora.
“Foi a primeira diretora do “Carmela Dutra”, disseram uns; “Tem envolvimento político partidário” ouvi de outros; “É uma liderança não só na Educação”, acrescentaram; “É muito envolvida com cultura, a música e o carnaval”, ampliaram. “Ela é uma referência importante no Território”, alguém falou.
Não sou de “tietar” ninguém, mas a partir daquela primeira entrevista – fiz algumas mais com a importante participação do jornalista Zé Carlos Sá e aos poucos fui passando para o lado daqueles que a respeitavam, e ainda respeitam.
Uma lembrança do ativismo político de Marise Castiel foi ter sido ela a primeira mulher a ser eleita para a Câmara portovelhense, em 1976 e, depois, quando houve a tentativa na Constituinte de 1989 de interiorizar a capital do Estado recém criado, Marise outra vez se apresentou como líder, levando dezenas de moradores da capital para a mobilização que pressionou os deputados a não aprovarem a ideia.
Há alguns anos houve uma mobilização para mudar de “Carmela Dutra” para “Marise Castiel” o nome do colégio onde Marise foi professora, diretora e sempre lembrada pelo muito que fez. Lamentavelmente, talvez pela inveja sentida em relação à importância do nome dela, deputados arquivaram a proposta. Ela é patrona hoje de uma escola infantil do governo.
Numa das primeiras reuniões da Academia de Letras de Rondônia, onde Marise Castiel é patrona de uma das Cadeiras, propus que a ACLER realizasse uma sessão solene para marcar a data deste 16 de julho, mas sob alegação de estar ainda de luto pelo falecimento do esposo sua filha, a acadêmica Sandra Castiel, agradeceu mas pediu que a solenidade não fosse realizada.
Nome maiúsculo na História rondoniense, quando atuou não só na Educação mas também em campos diversos da política, da administração pública e da cultura, presto minha homenagem àquela senhora nascida no Pará mas a quem Rondônia deve tributos grandes.
Considere-se dito!
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