Fernando Henrique também era “freguês” do caixa da Odebrecht
Laudo da Polícia Federal revela que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) pediu apoio financeiro a Marcelo Odebrecht para a campanha de dois tucanos nas eleições de 2010.
O ex-presidente da República usou seu e-mail pessoal. Só agora a informação veio a público.
Na ocasião, o empreiteiro confirmou o acerto para doar para um deles, mas não houve recursos declarados à Justiça Eleitoral. A troca de mensagens é revelada em um laudo da Polícia Federal anexado a um processo que investiga o ex-presidente Lula. O documento foi tornado público pela revista Veja.
Em 13 de setembro de 2010, FHC envia um e-mail a Odebrecht, que atualmente cumpre prisão domiciliar após colaborar com a Justiça, com o assunto "pedido".
Na correspondência, o tucano recorda de uma "conversa no jantar de outro dia" e envia um "SOS" ao empreiteiro: o candidato ao senado por Mato Grosso, Antero Paes de Barros, do PSDB, está em segundo lugar, "porém a pressão do governismo, ancorada em muitos recursos, está fortíssima".
"Seria possível ajudá-lo? Envio abaixo os dados bancários", e informa a conta de campanha de Paes de Barros.
Marcelo Odebrecht responde no dia seguinte que dará "uma olhada" e retornará. "Fique tranqüilo (no que depender de nós). Depois aproveito, e lhe dou o feedback dos demais apoios e reforços que fizemos na linha do que conversamos", escreve o empresário.
No dia seguinte, vem o acerto em novo e-mail. "Presidente, Já solicitei que fosse feito o apoio ao Antero. Vou pedir para verificarem sua disponibilidade para lhe apresentar um balanço." Ambos os e-mails terminam com "forte abraço".
Uma semana depois, a poucos dias das eleições, Fernando Henrique Cardoso envia novo e-mail a Odebrecht, desta vez endereçado também a Benjamin Steonbrucht, da Fiesp, com o assunto: "o de sempre". O ex-presidente chama ambos de "estimados amigos" e pede desculpas "pela insistência". Diz nem saber "se já atenderam" o que pediu. Mas, "olhando o quadro geral", o tucano afirma que há dois possíveis senadores "que precisam de atenção": Paes de Barros e também Flexa Ribeiro, do Pará.
Ele conclui: "Ainda há tempo para eles alcançarem, no caso na verdade é manterem, a posição que os leva ao êxito.Flexa Ribeiro acabou eleito naquele pleito, mas não Paes de Barros. Nenhum deles teve uma doação da Odebrecht declarada à Justiça Eleitoral.
O ex-senador do Mato Grosso afirma que não recebeu ajuda financeira da Odebrecht em sua campanha e não teve nenhum contato com representantes da empreiteira naquele ano. Na resposta a FHC em 2010, Odebrcht diz já ter contactado o Paes de Barros, mas afirma que ele estava "fora". "Mas já sabe que iremos apoiá-lo", garante. O empreiteiro disse não saber sobre a situação de Flexa, mas afirmou que iria verificar.
A assessoria do ex-presidente enviou uma nota em que FHC afirma que o pedido “era legal”. “Posso ter pedido, mas era legal. Não se deram e não foi a troco de decisões minhas, pois na época eu estava fora dos governos, da República e do estado”.
O senador Flexa Ribeiro afirmou, por meio de sua assessoria, que desconhece o pedido e que não recebeu nenhuma contribuição da Odebrecht.
CARTA CAPITAL
Com informações do DPF e da revista Veja
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