OPINIÃO DE VALDEMIR CALDAS - Agora que todo mundo foi empossado é hora de mostrar serviço
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A posse em um cargo público é um momento singular na carreira de um político, pois é o ato de investidura no cargo. Nos meus quarenta e três anos como servidor da Câmara Municipal de Porto Velho, vinte dos quais prestando assessoramento ao plenário, poucas vezes vi tanta euforia numa solenidade de posse como na dos vereadores eleitos no pleito de 2024.
A felicidade estava estampada nos sorrisos, de orelha a orelha, abraços, demorados apertos de mão, tapinhas nas costas e muita, mais muitas poses para fotos. Tanta alegria pode ser comparada à criança que rever os amiguinhos de colégio na volta às aulas depois das férias escolares. É justificável. Afinal, ganhar uma eleição nem sempre é uma tarefa fácil.
Agora que todo mundo foi empossado é hora de arregaçar as mangas e mostrar serviço. É preciso impressionar o eleitor. Chegou o momento de começar a transformar em realidade as promessas de campanha. E não foram poucas. A partir de hoje, novos e antigos representantes da Câmara Municipal têm enorme desafio pela frente, começando por tentar mudar o conceito nada favorável que o Legislativo Municipal desfruta junto à população de Porto Velho. Isso ficou evidente no desinteresse de parcela expressiva da população pelo funcionamento daquela Casa de Leis na legislatura passada. Esse conceito não é nada positivo para a democracia.
O vereador é o agente político mais próximo da população. É trivial dizer-se que o cidadão mora no município. Isso transforma os representantes municipais em mediadores diretos dos interesses, agruras, sofrimentos e aspirações dos moradores da cidade. Por isso, é natural que se espere deles atuação visceralmente orientada pelos sentimentos populares, não por contendas menores ou anseios e apetites particulares.
A Constituição Federal estabeleceu autonomia e harmonia entre os poderes. Na legislatura anterior, a harmonia não conseguiu superar certa tendência à submissão e a autonomia foi confundida frequentemente com o atrelamento ao executivo. Os empossados no dia 1º de janeiro terão como primeiro teste o abandono dessa posição, que em nada concorre para a educação política ou o fortalecimento da democracia.
Valdemir Caldas
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