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Mensalão mineiro

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ColunistaValdemir Caldas

O mensalão mineiro fez sua primeira e mais importante vítima. Trata-se de Eduardo Azeredo. Ex-presidente Nacional do PSDB, ex-governador de Minas Gerais, ex-senador e ex-deputado federal, Azeredo foi condenado a vinte anos e um mês de cana.O tucano vai cumprir pena no Comando da Policia Militar de Minas Gerais, mas bem que poderia fazer companhia para Marcos Valério, operador do esquema que desviou milhões de reais dos cofres públicos. O próximo da lista será o senador Aécio Neves, outro tucano de plumagem esvoaçante. Agora, o petismo não mais vai poder dizer que a prisão de Lula “é perseguição política”. Aliás, a base de sustentaçãodo Partido dos Trabalhadores está atrás das grades: Lula, José Dirceu e Antonio Palocci. 

 

A prisão de Azeredo mostrou que a Justiça não tem cor partidária, apesar de as pressões serem enormes e estarem sempre encarnadas em um desfile de advogados habilidosos e competentes que, em todos os momentos, tentam desqualificar as denúncias apontadas contra seus clientes. Mas, assim como no caso de Lula, Dirceu, Palocci, Azeredo e tantos outros, todas as tentativas caíram por terra. As evidências falaram mais alto que os argumentos. A Justiça Mineira deu a resposta firme e adequada que a opinião pública brasileira esperava. Que ela sirva de exemplo para outras instâncias de poder.

 

O país aguarda, com expectativa, o desdobramento de outros esquemas de corrupção. Não, evidentemente, pela irresponsabilidade de condenar inocentes ou de forjar provas para a obtenção e dividendos políticos, mas como uma exigência da sociedade de ver o país sendo passando a limpo, buscando reduzir os tentáculos da corrupção, alimentada pela impunidade, ao longo de seguidos anos. Não foram julgados apenas Lula, Dirceu, Palocci e Azevedo, mas também todo um sistema por meio do qual era possível alimentar a rede que ilegalmente sorvia recursos públicos e traficava influências.

 

Aos poucos, a Justiça Brasileira vai apresentando dados conclusivos e minimizando o sentimento de que a “lei só valia para os mais fracos”. Há avanços significativos, pois já é possível ver empresários, dirigentes partidários, altos executivos e funcionários públicos e atéum ex-presidente da República presos, dentre outros que estão a caminho da penitenciária. A sociedade precisa se manter vigilante. É fundamental que o combate à corrupção não se esgote no mensalão mineiro, mas alcance os quatro cantos do Brasil.

 


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