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O voo do tucano

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ColunistaValdemir Caldas
Quase sempre que se refere à administração do presidente
Maurício Carvalho (PSDB) no comando da Câmara
Municipal de Porto Velho, o diretor financeiro, Eduardo
Pires, costuma dizer que “nós vamos fazer a diferença”.

Concordo com Eduardo. Só trocaria o verbo e o tempo da
conjugação para dizer que a gestão Maurício Carvalho já
está fazendo a diferença. E esse processo de mudança
começou com a atualização e o pagamento da progressão
salarial, que consiste na mudança do servidor de uma faixa
para a subsequente, dentro do mesmo nível, o que
correspondeu a um reajuste de cinco por cento no
vencimento básico, incluindo aí, o retroativo aos colegas
que conquistaram o direito em setembro de 2016, mas
ainda não tinham recebido o benefício.

Essa diferença começou quando Mauricio implantou o
Programa de Aposentadoria Incentivada. Na ocasião,
houve quem duvidasse, chegando a dizer que ele estava
blefando, que tudo não passava de mais um engodo
eleitoreiro, mas o jovem presidente mostrou que o
cumprimento da palavra não está na idade nem nos
cabelos brancos, pois, como disse Rui Barbosa, os
canalhas também envelhecem. Ele prometeu e assumiu.

Os vinte e cinco servidores que aderiram ao Programa
receberam, a título de incentivo, as licenças prêmios são
usufruídas em pecúnia, incluindo o pagamento de férias e
décimos terceiros proporcionais.

Todo mundo sabe que a revisão geral anual da
remuneração é uma norma constitucional, mas nem todos
os administradores da coisa pública a respeitam. Em maio
deste ano, os servidores, por meio de seus representantes,
reivindicaram 6,29% de recomposição inflacionária, relativa
ao período de 2016. Mauricio arredondou para 6,50% (a
diferença saiu em forma de reajuste) e mandou incluir no
contracheque de setembro.

Há dois meses, ele nomeou uma Comissão Especial para
reorganizar o Plano de Carreira, Cargos e Remuneração
dos Servidores do Quadro Efetivo e, destarte, abrir as
portas para a realização de concurso público, visando
reduzir o número de cargos comissionados, alvo de Ação
Civil Publica, proposta pelo Ministério Público de Rondônia,
que se arrasta desde 2012. Agora, porém, Maurício
resolveu colocar o dedo na ferida.

Não sou tucano, nem votei no candidato Maurício Carvalho.
Também não tenho cargo na Câmara nem na prefeitura.
Nem quero! Igualmente não indiquei parente ou amigo para
exercer posto de mando. Posso até me decepcionar com o
presidente Maurício Carvalho, mas sou obrigado a
reconhecer que aquilo que ele prometeu ao servidor da
Câmara, até agora, executou. Enquanto caciques do
partido nadam de braçadas no mar revolto da corrupção,
um jovem tucano vem construindo seu ninho em bases
sólidas, visando alçar voos mais altos.
 

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