PORTO VELHO - Da borracha ao agronegócio
Capital rondoniense atingiu o auge da economia no ano de 1960 com a abertura da rodovia federal BR-364 e o ciclo da cassiterita.
A primeira atividade econômica explorada em Porto Velho, durante sua criação em 1914, estava relacionada a extração de borracha. Este ciclo econômico atraiu pessoas de várias regiões do Brasil e do mundo, todos em busca de oportunidades de trabalho e de uma vida melhor.
O historiador Francisco Matias explica que a capital rondoniense atingiu o auge da economia no ano de 1960 com a abertura da rodovia federal BR-364 e o ciclo da cassiterita.
“Junto a isso havia o chamamento do governo federal, oferecendo terras e incentivos para quem quisesse produzir aqui na região e consequentemente começa assim novas atividades econômicas, como por exemplo a agricultura familiar a a pecuária”, destaca.
Entre 2007 e 2016 Porto Velho volta a fomentar outro importante ciclo de desenvolvimento econômico e populacional, que esteve diretamente associado com a construção de duas usinas hidrelétricas no rio Madeira.
Os empreendimentos chegaram a atrair um grande centro de compras para a cidade, aquecendo a geração de empregos também no setor de prestação de serviços. Além disso, milhares de trabalhadores de várias regiões e até de outros países vieram para a capital, para trabalhar na construção das usinas de Santo Antônio e Jirau.
A capital concentra um rebanho de 900 mil cabeças. A riqueza da maior cidade de Rondônia está no pasto e também na água. Ou melhor, em tanques, onde são criados peixes de cativeiro. Levantamento revela que só em 2017 foram mais de cinco toneladas de peixe comercializados. Boa parte do pescado é consumida nas mesas dos moradores e em dezenas de restaurantes servindo os principais pratos da culinária da cidade.
Em agosto, a prefeitura a terceira edição da Portoagro, Feira de Tecnologia e Sustentabilidade do Agronegócio. O evento possibilitou uma vitrine para mostrar a força do setor produtivo da capital.
Para o prefeito Hildon Chaves, a principal atividade econômica para alavancar o desenvolvimento da cidade é o agronegócio. “A feira foi um momento importante para que agricultores e investidores tivessem acesso a tecnologias, oportunidades de geração de emprego e renda e aumento da produtividade. Além de fortalecer o turismo de negócios para nossa capital”. De acordo com a prefeitura, na ocasião a Portoagro movimentou 100 milhões em negócios. O evento será repetido no próximo ano.
Porto Velho se destaca ainda na produção alimentos, outra riqueza que alimenta países do mundo inteiro. Aqui se planta arroz, milho, feijão, soja, café e mandioca. O extrativismo vegetal está voltado para extração de madeira, açaí e castanha. A fruticultura está direcionada na plantação de banana, cacau, abacaxi, cana de açúcar, mamão, maracujá, laranja e melancia.
Outro grande gerador de emprego e renda em Porto Velho é o setor industrial. Além das indústrias gráficas e construção civil, se destaca a indústria moveleira e de bebidas, principalmente água e refrigerantes.
Claudio Batista é Analista de Marketing da Tupi Refrigerantes. O grupo ajuda o município na geração de emprego, renda e na produção de eventos artísticos e culturais.
“Em 2013 o grupo descobriu o potencial para esse segmento aqui na cidade e resolve investir na fábrica de diversos produtos, contribuindo para geração de renda no município”, destacou.
O empresário Jedson Lobo aposta no setor de material esportivo e confecções. A fábrica produz cerca de mil peças diariamente. Boa parte da produção é enviada para outros estados.
“Encontramos uma demanda de material esportivo aqui na região norte e resolvemos investir em Porto Velho. Estamos muito satisfeitos com a receptividade dos nossos clientes”.
Ao longo de seus 104 anos de criação, Porto Velho transformou-se também em um polo educacional. Além de sediar a Universidade Federal de Rondônia, a cidade reúne faculdades particulares que oferecem centenas de cursos profissionalizantes e superior. A capital conta ainda com três portos para movimentação de cargas, com destaque para a exportação de grãos, madeira e carne. Rodovias federais são os principais corredores para a exportação, entretanto, e necessário investimentos no aeroporto internacional e na hidrovia do rio Madeira.
Com essas e outras vantagens, agregadas a geração de energia elétrica confiável, grandes áreas comerciais, rede hoteleira completa, setor de serviços com vasta opção, Porto Velho se destaca economicamente e procura fugir dos rótulos de “ciclos” que marcaram sua importante história econômica nos últimos cem anos.
Fonte: Diariodaamazonia
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