Preços do Petróleo atingem o maior valor em quatro anos
A escalada do petróleo chega ao bolso do consumidor brasileiro por meio do repasse aos combustíveis
Os preços do petróleo tipo Brent, usado como referência global, ultrapassaram a barreira dos US$ 80 (R$ 327) por barril nesta segunda-feira (24), atingindo o maior valor em quatro anos. A disparada deve manter a pressão sobre o preço da gasolina brasileira, que já é o maior desde 2008.
No domingo (23), membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e aliados, incluindo a Rússia, maior produtor do mundo, encontraram-se na Argélia para reunião que terminou sem uma recomendação formal de aumento adicional da oferta para compensar o declínio do fornecimento do Irã.
Desde o início das sanções norte-americanas àquele país, os embarques de petróleo iraniano caíram em 500 mil barris por dia, disse em evento no Rio a analista sênior da Agência Internacional de Energia, Tori Bosoni. Ela diz que devem cair ainda mais, já que da última vez em que o Irã sofreu sanções, o corte chegou a 1,1 milhão de barris por dia.
Além disso, a Venezuela continua perdendo produção, diante da crise financeira da estatal PDVSA. Segundo Bosoni, o corte deve chegar a 1 milhão de barris por dia este ano. "O mercado está muito apertado", afirmou ela.
Na reunião de domingo, a Arábia Saudita, líder de produção da Opep, e seu maior aliado não pertencente ao grupo, a Rússia, recusaram a demanda de Trump por mudanças que esfriem o mercado. "Eu não influencio os preços", disse o ministro da Energia saudita, Khalid al-Falih.
A escalada do petróleo chega ao bolso do consumidor brasileiro por meio do repasse aos combustíveis. Na semana passada, após uma série de altas nas refinarias, o preço da gasolina nas bombas chegou a R$ 4,65, o maior valor desde janeiro de 2008 -desconsiderando os picos de preços na greve dos caminhoneiros.
Nesta terça (25), depois de dez dias de estabilidade, a Petrobras reduzirá o preço da gasolina em suas refinarias, para R$ 2,2381 por litro, 0,6% a menos do que o valor vigente desde o dia 14, quando a estatal iniciou o uso de mecanismo para segurar os repasses.
A tendência, porém, é que o alívio seja breve. "Os fundamentos do mercado ainda são de alta", disse o professor Edmar Almeida, do Instituto de Economia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Ele não descarta que, dependendo do cenário, as cotações caminhem para US$ 100.
Fonte: Noticiasaominuto
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