A DOR E A DELÍCIA DE SER MÃE
Salve as mães. Um dia apenas de maio, para homenageá-las, é apenas um pingo d’água no oceano de amor que elas representam em nossas vidas.
Mãe, olha o tempo...
Tempo de ser grandão e ser pequenino. Tempo das ternuras, dos dodóis e das arengas. Tempo do puxão de orelha, das birras, da desobediência, da surra e do engole o choro.
Tempo das loucuras, de esconder do pai as “gazetadas” de aula, das chegadas de madrugada, na “manguaça”, a cara cheia, entrando em casa na pontinha dos pés para não apanhar.
Esses tempos, no flash fantástico da existência, pertencem somente às mamães, que os guardam escondidinhos no coração.
Ser mãe de muitos meninos, principalmente nos lares pobres, é penoso, desgastante! A criança já acorda querendo comer um leão e muitas vezes nem um gatinho tem. A tarefa é grande e árdua. Ela, a mãe, à frente do fogão fazendo café e pedindo calma aos mais enfurecidos. É que barriga vazia dá vexame, posto que bucho, sem comida, faz cró-cró-cró e a meninada não perdoa.
Mas ela, a mãe, impávida, paciente e serena, coordena o alvoroço, e ainda reza olhando a filharada comendo pão “seco”, de boca cheia e ralha: Menino! É feio comer de boca cheia! Mas de si, para si, diz baixinho, com a mente voltada a Deus: obrigado, senhor, pelo pão. Que não nos falte por toda vida...
Mas quando fica “braba” – e com toda razão – vira um feitor! Vai dando ordens e “ai de quem” desobedecer. Vamos, meninos! Está na hora de ir pra escola! Escovem os dentes, senão aquele bichinho (cárie) vai estragá-los!. Se avexe, Francisco! A professora falou que você tem chegado atrasado! Paulo, o padre quer que você vá procurá-lo! Tem que estudar mais o catecismo, para poder ajudar na missa! De repente, começa a faina do almoço, feijão, arroz e mistura. Ah, meu Deus! – Diz a mãe. Hoje não vai ter carne, mas Deus proverá.
Pois é. Mãe é isso, é entregar-se tanto, sem pedir nada. È o desvelo de ninar na chuva fina, quanto na tempestade.
O incrível é que mesmo diante de tudo isso, esse ser singular ainda não tinha um dia especial para homenageá-la. E foi já em pleno século XX, ali por volta de maio de 1907, que uma americana, a metodista Ann Jarvis, iniciou um grande movimento e criou o dia das mães, no segundo domingo de maio.
Não é preciso dizer que, ao escolher o mês de maio, Ann foi bastante feliz, posto que no calendário cristão esse mês é dedicado à virgem Maria, esposa de São José e a sublime mãe de toda a cristandade.
Nas igrejas católicas, durante o mês de maio, reza-se o rosário em todos os dias, com fervor e cânticos de louvação: “Ave Maria cheia de graça, bendita sois vós entre as mulheres”...
Para mim, todas as mães são como Maria, santificadas. Nas reflexões que faço, vejo que Deus, o Criador, transferiu às mulheres o sagrado direito de procriar. E elas, as mães, são como as sementes nos campos a recriar e fazer brotar vidas, e as árvores, como as mulheres, compõem o cenário fantástico do amor no sublime espetáculo da natureza.
Vejo a minha mãe, e as mães do mundo, da mesma forma como vejo e sinto o perfume das rosas. As rosas são lindas, as mães são belas; as rosas perfumam os campos, as mães perfumam o mundo. E nesse vizinhar de amores nutridos no meu corpo, eu me sinto o homem mais feliz do mundo, porque ainda tenho a minha mãe, maior riqueza da minha vida e dos meus irmãos.
Para mim, tudo para elas. Haja céus e espaços para caber a doçura que emana das mães
do mundo. Mães dos ricos e dos pobres, mães dos pequeninos e dos mais velhos, mães adotivas, mães que choram nos sepulcros e nas portas dos cárceres, mães que, mesmo quando enfermas, desafiam as tempestades, as correntezas, o fogo – para salvar os filhos.
Eu queria que Deus me enviasse uma mensagem me pedindo que escrevesse, como antigamente, uma carta para minha mãe, e na explosão de alegria, eu assim escreveria:
Minha mãe, sua benção,
Hoje eu amanheci revestido de amor, só de imaginar a sua presença. Ainda que distante alguns metros de sua casa, estou longe de corpo, mas minha alma está aí, bem juntinho de ti.
Esquece mãe, os meus arroubos, e as eventuais “ignorâncias” que eu possa ter cometido na adolescência e juventude. Recordo, pelo carinho e respeito que lhe devoto, que uma mãe é para cem filhos, mas cem filhos não o são para uma mãe.
Bem, mas esta carta é para dizer que te amo muito minha mãe, dona ALAYDE SOUZA DE SÁ, quero vê-la sempre assim, bondosa, com saúde, paciente e justa. Estou aqui, para desejar-te um feliz dia das mães, felicidades as canecadas, paz e bem, sempre...
E a vós, mamães do mundo, especialmente para a mãe dos meus filhos, JOSIANE SILVA, um desejo forte de um dia bastante feliz, com as recordações fantásticas de serem mães guerreiras nesse incrível embalo da eternidade.
Porque ser mãe, sobretudo, é um muito de Deus em forma de mulher.
Com carinho, do seu primeiro filho.
AMÉM!
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