CRÔNICA DE FIM DE SEMANA: Eu gosto de ser brasileiro - Arimar Souza de Sá | Notícias Tudo Aqui!

CRÔNICA DE FIM DE SEMANA: Eu gosto de ser brasileiro - Arimar Souza de Sá

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ColunistaArimar Souza de Sá

Quando criança, andando pelas ruas de Porto Velho, eu tinha um gosto especial em sentir-me brasileiro. Era algo assim, quase que espiritual, um sentimento único, de profundo de amor à minha pátria.

Na Escola Carmela Dutra, onde estudei, nos momentos que precediam a entrada em sala de aula, todos formavam fila no pátio e cantavam o Hino Nacional, tudo com o espírito de brasilidade aflorado, a letra “na ponta da língua”, de cor e salteado, com a mão direita pousada sobre o peito, sobre o coração, como se fôssemos verdadeiros soldados, sempre prontos a defender as nossas fronteiras.

O desfile do dia Sete de Setembro, então, era uma data festiva sempre ansiosamente esperada! Adorava marchar com as cores do meu Colégio, ao som das fanfarras, e mesmo sendo criança eu gostava de ouvir os discursos das autoridades, que relembravam os feitos de nossos heróis, máxime de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, cuja imagem associou-se à de mártir da independência.

Amante da poesia desde criança, vi-o com fulgor na inspiração de Castro Alves: “Ei-lo, o gigante da praça/ O Cristo da multidão/ É Tiradentes quem passa.../ Deixem passar o Titão.”...

A expressão em latim “Libertas Quae Sera Tamen”, isto é, liberdade ainda que tardia, que era repetida em sala de aula, cristalizou-se como lema do grupo de inconfidentes de Vila Rica, nas Minas Gerais, e hoje se encontra imortalizada na bandeira daquele Estado,

Eu gostava do Brasil!

Tudo que falava do Brasil inquietava o meu espírito. A Canção do Soldado da Amazônia, tocada pela Banda da Terceira Companhia de Fronteira, me inebriava o coração: “Nossa origem se prende às glórias / Da bravura sem par das bandeiras / Pois de Pedro Teixeira as vitórias / Demarcaram as nossas fronteiras”...

E o que dizer do Hino à bandeira do Brasil? ...
“Salve, lindo pendão da esperança!
Salve, símbolo augusto da paz!
Tua nobre presença à lembrança
A grandeza da pátria nos traz “...

Eu gostava do Brasil!

Era o som da Pátria a ecoar no fundo do meu coração! Isso sem contar com o Hino de Rondônia que, à época, já apreciava, porque me tocava e me toca profundamente. Os lindes fantásticos de nossas fronteiras, as cores de nossa bandeira, emblematizaram a minha percepção de civismo. Eu não tinha vergonha de me emocionar...

Eu gostava do Brasil!

Na legenda histórica, a tomada de Monte Castelo na Itália, durante a segunda guerra mundial, pelos pracinhas brasileiros, alçou-me também à condição de um guerreiro, principalmente porque fincamos a nossa bandeira no cume do monte.

Eu gostava do Brasil!

Na imaginação, estive com Antônio João, o sargento que morreu lutando pelas fronteiras do Brasil na guerra do Paraguai, ouvindo-o dizerem na aflição, ele e quatro soldados, diante do exército inimigo: “Sei que morro, mas o meu sangue e de meus companheiros servirá como protesto solene contra os invasores de minha pátria.”

Eu gostava do Brasil!

Plácido de Castro, “El Flaco”, como disse o comandante do Exército boliviano ao entrar no Acre, é um dos nossos símbolos amazônicos de brasilidade na luta contra o sindicato boliviano patrocinado pelos Estados Unidos, que findou com a incorporação do Acre ao território brasileiro.

Eu gostava do Brasil!

Juscelino Kubistchek, construindo Brasília com as mãos dos operários nordestinos, disse a eles: “vocês podem! ” – e todos puderam, erigindo, no cerrado brasileiro, a nova Capital da República, o que consagra ainda mais o Brasil no coração de todos.

Eu gostava do Brasil!

Floriano Peixoto, consolidando a República, expulsando com mão de ferro a ganância separatista dos catarinenses, grifou por definitivo: “Este pedaço é do Brasil! ”.

Eu gostava do Brasil!

Até mesmo Geisel, ao delimitar nossas 200 milhas no Atlântico, disse ao mundo: “Esta parte do oceano é nossa! ”. E ponto. Marcou também!

Eu gostava do Brasil!

Jorge Teixeira, o Teixeirão, o implantador e primeiro governador do Estado de Rondônia, é um dos brasileiros que não podemos esquecer jamais.

Com a faca cravada entre os dentes, ele criou um Estado – “ A Nova Estrela no Azul da União” – mas no fim levou para o Rio de Janeiro, sua última morada, apenas lembranças e fotografias... As riquezas? – Deixou-as com os convidados... Morreu, o “coronel”, sem deixar herança, e assim ficou sendo o nosso orgulho no universo de tantas incongruências nestas paragens do poente, onde se bica até nas tornozeleiras eletrônicas dos que conflitam com a lei penal.

Eu gostava do Brasil!

Pelo visto, é evidente que está em mim o gostar do Brasil. Aliás, hoje, amar o Brasil. Minhas cores são as da bandeira brasileira. Meus ídolos insepultos ainda brilham pelos céus do meu país.

HOJE, O GOSTAVA, DEU LUGAR AO AMOR O BRASIL!

Portanto, para os abutres que fazem chacota desta Nação ameaçando abandoná-la, e, mesmo sem serem de nada, ainda passeiam nos nossos céus, um Adeus, vão para à China, de preferência com passagem de ida, simples assim, sem mais delongas.
 

AMÉM!

*Arimar Souza de Sá é cronista, jornalista, advogado, diretor do Rondonoticias, e apresentador do Programa: A Voz do Povo, que vai ao ar de segunda à sexta-feira às 12 horas (meio-dia) ao vivo pela Rádio Caiari


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