A MULHER AINDA ESTÁ NO MEIO DA CAMINHADA

Foi na era do governo Vargas em 1934, há 86 anos, que a mulher obteve a mais importante vitória na sua longa história de luta por igualdade nos direitos civis: o de votar e ser votada. Meu pai já tinha 10 anos quando minhas avós Maria Sérgio e Salomé Rodrigues, obtiveram cidadania igual à dos homens.
Ao longo deste quase um século, o que de fato, as mulheres brasileiras têm a comemorar?
É claro que nesta trajetória em busca da igualdade de direitos, existem avanços. Podemos enumerar alguns, como maior presença feminina nas salas de aulas das escolas de ensino médio e faculdades. Clara demonstração de que buscam, corretamente, o conhecimento e a capacitação profissional para ocupar espaços no mercado de trabalho.
Mas, o mercado de trabalho ainda as trata como mão-de-obra inferior. Mesmo tendo a mesma habilidade e produzindo tanto quanto o seu equivalente masculino, ganha menos. Por que? Porque o meio empresarial ainda é dominado pelos homens. Muitas guerreiras já estão incrustradas no meio, como cabeças de ponte. Mas a jornada pela igualdade ainda é longa.
No campo dos direitos civis, também coletam algumas vitórias ao custo de muitas dores, muitos sofrimentos e muitas mortes. A Lei Maria da Penha e alterações na legislação penal protegendo a mulher e punindo mais severamente seus agressores, são alguns exemplos.
Casas de apoio e delegacias da mulher que se implantam, ainda que lentamente, são outros exemplos que somam no combate ao feminicídio e na proteção da mulher agredida, ameaçada, desprotegida.
Mas a despreparação dos contingentes policiais que atuam nestas delegacias e até mesmo nas unidades de apoio, são fatores contra a mulher, são barreiras que as constrangem e as mantém reféns dos seus agressores.
Por que então não se acelera as desobstruções que emperram a efetiva assistência à Mulher? Simples a resposta: o ambiente da segurança pública é plenamente dominado pelos homens. E é ali que se está o segmento mais machista da sociedade, apesar de já vermos bastante delegadas. Mas não se ver mulher no comando das secretarias de segurança pública dos estados, onde se toma as decisões. E, só ali ou acolá, se registra uma mulher no comando da Polícia Militar. Em Rondônia até hoje, só uma conquistou esse posto.
Na política, 86 anos após conquistar o direito de votar e ser votada, a mulher ainda engatinha nesta caminhada. Embora já sejam provedoras da maioria dos lares brasileiros e são maioria da nação, ainda são presenças pontuais nos parlamentos nacional.
Com somente 15% de presença no Senado que tem 81 senadores, e 15% na Câmara Federal com 513 membros, elas desaparecem neste universo. E, por mais preparadas que sejam, suas vozes são pouco ouvidas, suas presenças no comando das comissões são poucas e, no plenário, são a minoria das minorias. Como tão poucas podem influenciar e mudar mentes que não sentem e não veem o mundo do mesmo do mesmo modo que uma mulher?
Estas pedras no caminho do desenvolvimento da mulher, talvez expliquem a razão da existência de tanta violência, tantas mortes contra as elas. Em Rondônia houve um crescimento de 5,7%, um dos maiores do Brasil. E, olhe que somos o estado mais cristão do país, segundo do IBGE.
As mulheres precisam chegar no topo da montanha dos poderes para tornar as leis mais duras contra os que as humilham, ofendem, ferem e as matam. Têm que chegar lá, para tornarem as políticas públicas efetivas, de fato. Precisam atingir as cadeias de comando, para tornar o mundo mais igualitário e mais justo.
É preciso participar da política com coragem e determinação. E inverter a trajetória que está levando as mulheres para o crime e enchendo as prisões do País.
Mais presença na política, pois é nela que farão as grandes mudanças. E menos participação no mundo do crime, pois as penitenciarias são ambientes de degradação da mulher, da destruição dos valores, da extinção da beleza e do perfume da flor que Deus criou para enfeitar e alegrar a vida, o mundo.
Quase meio século após o direito de votar e ser votada, a caminhada da mulher no Brasil, ainda está pela metade.
Osmar Silva – Jornalista – Presidente da Federação Nacional dos Comunicadores Seccional Rondônia(FENACOM) – Presidente da Associação da Imprensa de Rondônia(AIRON) – Diretor/editor do noticiastudoaqui.com – sr.osmarsilva@gmail.com – WhatsApp 69.99265.0362
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