MAURÃO E DANIEL: caminho livre

ColunistaOsmar Silva

Quando o universo conspira a favor de alguma coisa é igual fogo morro acima e água ladeira abaixo: não há quem segura. Isto se aplica à pretenso desejo, até agora não confessado, de Daniel Pereira, vice-governador do estado, sair candidato à reeleição. Na primeira semana do mês que vem, ele assume, de fato e de direito, o governo de Rondônia

A condenação do senador Acir Gurgacz ontem pelo STF, se queira ou não, abriu amplo espaço aos sonhos inconfessos de Daniel e aos confessados, desejados e até ansiados de Maurão de Carvalho.

Quer saber: até para o eleitor, o cenário da sucessão estadual de Rondônia começa a ficar mais claro e mais palatável. Afinal, os atropelos que enfrentam os senadores do estado, fortalecem os desejos do vice-governador e do presidente da Assembleia Legislativa. Dois nomes que ainda podem exibir atestado de boa conduta. Num ambiente tão conturbado e demonizado, como o da política brasileira atual, isto não é pouca coisa.

Tudo bem que os senadores Acir Gurgacz e Ivo Cassol, assim como o ex-senador Expedito Junior, são fortes lideranças políticas do estado. Todos são caciques no comando dos seus partidos. Têm correligionários e apoiadores. Mas, todos sabem, eles não têm boas relações com a justiça e a lei. Isso é fato. Independe de simpatia. E a maioria do eleitorado não anda muito condescendente com essas biografias.

Cabe se colocar a seguinte questão: estes senhores aguentarão sustentar uma campanha sangrando o tempo todo? Se explicando a cada encontro, a cada reunião, a cada entrevista com a imprensa, todo dia, em todo lugar? Convenhamos: não é nada fácil. Gastarão dinheiro com uma aventura cada vez mais dependente da competência de advogados? É notório que os senadores Acir e Cassol são mãos de vaca. Daí que...

Alguém vai tirar vantagem disso. Daniel, com o governo na mão, discurso bem articulado, embora tenha um partido pequeno e pouco tempo de televisão. Maurão, com a Assembleia sob seu controle, o maior partido do estado, a maior fatia do Fundo Partidário e maior tempo de televisão. Mas, dizem todos, com discurso fraco.

Penso que eles darão início a uma corrida de sedução e atração dos adversários que estão enfrentando dificuldades. Quem mais conquistar, mais patrimônio político terá. E com isso, a possibilidade de sair vencedor.