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Os náufragos de 2020

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ColunistaValdemir Caldas

Não foi apenas o presidente Jair Bolsonaro que saiu perdendo nas eleições municipais de 2020. A esquerda foi massacrada nas urnas. Exemplo disso é o PT. O partido que teve tudo para deixar sua marca registrada nos anais da história politica nacional como um exemplo no qual outras agremiações deveriam se espelhar acabou embrenhando-se pelos labirintos traiçoeiros da politicagem, com seus vícios e mazelas condenáveis. E o resultado não poderia ser outro.

Algumas de suas principais lideranças não resistiram à tentação do prato de lentilha. Acusadas de meterem as mãos na cumbuca do erário, sucumbiram em meio ao mar revolto da corrupção. Depois de ocupar o mais importante posto da República, o cacique mor do partido acabou preso na sede da Polícia Federal, em Curitiba, onde ficou por 580 dias.

Começava aí a derrocada do partido. Se o PT encolheu nas eleições de 2016, encolheu mais ainda no pleito deste ano. Na eleição de 2012, o partido emplacou quatro vereadores para a Câmara Municipal de Porto Velho. Em 2016, não conseguiu eleger nenhum representante. Na eleição deste ano, o candidato do partido à prefeitura de Porto Velho chegou em 8º lugar, conquistando menos de oito mil votos, atrás de estreantes o coronel Flores, do Solidariedade, que conquistou quase 17 mil votos.

Escrevendo, assim, pode até parecer que eu alimento algum sentimento de vindita pessoal contra o PT. Nada disso. Pelo contrário, cheguei a votar várias vezes no candidato Luiz Inácio Lula da Silva, mas o encanto acabou de maneira melancólica. Conheço muita gente boa dentro das hostes petistas, mas não posso deixar de reconhecer que, nas eleições deste ano, o vermelho literalmente sumiu do mapa eleitoral, tornando-se, assim, o seu principal náufrago.

Por Valdemir Caldas


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