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Colocando os pingos nos is

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ColunistaValdemir Caldas

O presidente Jair Bolsonaro, como todo mortal, tem seus pecados. É verdade. Um deles, aliás, é falar pelos cotovelos. E, como diz o dito popular, quem muito fala dá bom dia a cavalo. Reconhecidamente, o presidente tem negligenciado temas sensíveis à população, tornando-se, assim, alvo fácil da artilharia inimiga, que trabalha incansavelmente para vê-lo longe do Palácio do Planalto, o mais célere possível. A demora na aquisição de vacinas contra a covid-19 pegou mal. Muitas vidas poderiam ter sido polpadas se os burocratas do governo federal tivessem agido mais rápido e falado menos. É preciso ter humildade para reconhecer isso. A humildade é sinal de grandeza, a que não muitos estão acostumados.

Mas, quem não tiver pegado atire a primeira pedra, como ensina a passagem bíblica em que escribas e fariseus levaram à presença de Jesus uma mulher surpreendida em adultério para que Ele a julgasse e a condenasse. Curiosamente, não apresentaram o macho que se teria com ela deitado, comportamento típico de uma sociedade machista e egoísta. Então Jesus, em Sua divina paz e sabedoria, pronunciou a frase célebre: “Aquele que não tiver pecado atire a primeira pedra”. O final da história todos nós conhecemos.

Tem gente que acha que eu, como “jornalista”, colunista, formador de opinião, ou coisa do gênero, não tenho direito de revelar minhas preferências políticas. Em primeiro lugar, já disse e repito, que não sou jornalista, tampouco pretendo sê-lo. Sou um simples servidor público, com o pé na aposentadoria, graças a Deus, um modesto colaborador de jornal. Nada contra essa ou qualquer outra profissão. Pelo contrário, o jornalista exerce importante papel na sociedade, pois, como alguém já disse, não há democracia sem imprensa livre. Orgulho-me de desfrutar da amizade sincera de profissionais dessa seara, pessoas que aprendi a admirá-las e respeitá-las pelo caráter e profissionalismo, como é o caso dos jornalistas Rubens Coutinho, Paulo Andreoli, Arimar de Sá, Nilton Salinas, Silvio Persivo, dentre outras personagens de relevo, muitas das quais não estão mais entre nós, como o meu amigo Euro Tourinho.

Em segundo lugar, vivemos em um país democrático (ou não?). Onde está escrito que eu não posso manifestar-me politicamente? Votei no candidato Jair Bolsonaro, porque, à semelhança de muitos brasileiros, não aguentava mais ouvir falar de roubalheira. Houve uma época em que eu também votei no Lula, mas aí apareceu o aprendiz de barítono, Roberto Jefferson, com aquele dó de peito que acabou espatifando a ética petista, naquele que ficou conhecido como o escândalo do mensalão, levando de roldão minhas esperanças. Depois veio a operação Lava-Jato, que desmoronou a casa de uma vez. Até hoje tem gente debaixo dos escombros.

Ao contrário do que pensam alguns desavisados, não se trata de ser contra ou a favor de quem quer que seja, mas uma questão de justiça, pois se existe algo que me deixa extremamente desconfortável é com injustiça, motivo pelo qual a colocação dos pingos nos is.

 (*) Por Valdemir Caldas


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