Até onde vai a queda de braço entre governo e público
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Lembro de março de 2020 quando iniciamos a quarentena para conter o avanço do coronavírus no país. Em Rondônia, mais especificamente, onde ainda desconhecíamos o poder destrutivo deste inimigo invisível, a grande parte da população obedecia as diretrizes sanitárias, permanecendo em casa, usando máscara, protegendo idosos, não aglomerando em festas, bares e similares fechados. Mas e agora, o que mudou?
Mudou que as pessoas até pouco tempo atrás, com o vírus relativamente controlado, se acharam livres e imunes ao vírus e se alvoroçaram saindo de suas tocas e dando início a grandes aglomerações em bares, festas públicas e particulares, parques, praias, shoppings.
Enfim, simplesmente cansaram de se cuidar e a pressão do marketing e do comércio para que tudo fosse reaberto acabamos por dar um passo maior do que as pernas e acabamos na situação em que nos encontramos.
Não, não sou a favor de lockdown geral por acreditar que não resolverá a totalidade, mas sim sou a favor de um controle e fiscalização maior. Hoje se entra nas lojas que não oferecem mais álcool em gel. Tapetes sanitizantes ninguém nem lembra mais que existe. A hipocrisia maior está nos aeroportos, onde somos obrigados a manter distanciamento nas filas de acesso às aeronaves, mas dentro dos aviões a aglomeração é geral, não há distanciamento de pelo menos aquela cadeirinha do meio ser deixada vazia.
E assim rumamos para números geométricos, pois aglomerações é tudo o que o vírus precisa para multiplicar e estamos fazendo exatamente o que o vírus gosta. E mais, sem a menor proteção. Basta sair às ruas e verificar a quantidade mínima de pessoas que ainda usam máscaras para se proteger. E acabam em colocar a vida de outrem em risco também.
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