ASTRONOMIA - Com que frequência a Terra é atingida por meteoritos?
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Fragmentos de asteroides, cometas e mesmo pedaços de planetas desintegrados estão sempre caindo do céu, e isso não é privilégio nosso: rochas e metais de todos os tamanhos e formas também atingem outros planetas e até a Lua.
"Diariamente, mais de uma tonelada chega à Terra", afirma Othon Winter, físico especialista em dinâmica orbital da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Guaratinguetá (SP).
Ao alcançarem a atmosfera, esses fragmentos provocam o fenômeno luminoso conhecido como meteoro. A maior parte desses corpos se desintegra e os que são encontrados são chamados de meteoritos.
Como muitos deles têm um período orbital conhecido, os astrônomos conseguem prever datas em que haverá chuvas de meteoros (ou estrelas cadentes, como muita gente se refere ao fenômeno).
Dos poucos que chegam, boa parte vai para o mar ou áreas desabitadas. Flagrar uma queda ou encontrar esses fragmentos é questão de sorte. Ou de azar, como foi o caso da americana Ann Hodges, do Alabama, atingida na perna por uma pedra de 4 kg que caiu no teto de sua casa em 1954.
Famosos
No passado, um meteoro caiu sobre a região de Tcheliabinsk, na Rússia, e deixou mais de 500 pessoas feridas pela onda de choque provocada pela explosão, que chegou a quebrar vidraças. Outros registros ficaram famosos, mas não tiveram a queda registrada, como o que deixou uma cratera de um quilômetro de diâmetro e 190 metros de profundidade no Arizona, há estimados 50 mil anos.
Mas o resquício mais enigmático provavelmente é a cratera de Chicxulub, no México, com 180 quilômetros de diâmetro, provocada por um asteroide de dez quilômetros de diâmetro. O fenômeno foi responsabilizado por nada menos que a extinção dos dinossauros, embora outras teorias defendam que a colisão não tenha sido a única culpada.
O maior meteorito já encontrado na Terra é o Hoba West, que pesa cerca de 60 toneladas e atingiu a Namíbia há cerca de 80 mil anos, curiosamente sem deixar buraco. Já no Brasil, os maiores são o Santa Catharina, com sete toneladas, identificado em 1875, e o Bendegó, com cinco toneladas, achado na Bahia em 1784.
Qual a frequência estimada para a queda de um meteorito capaz de fazer algum estrago na Terra?
"É de um a cada século", responde o astrônomo Othon Winter.
O último grande choque causado por um objeto celeste ocorreu em 1908, em Tunguska, na Sibéria. Felizmente, apenas árvores foram destruídas, mas o impacto foi comparado à Bomba de Hiroshima.
Como se trata apenas de uma estatística, não dá prever quando cairá o próximo, apesar de já terem se passado mais de 100 anos.
(Uol)
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