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Programa de propaganda eleitoral

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ColunistaValdemir Caldas

Houve uma época em que eu gostava de acompanhar pela televisão o programa de propaganda eleitoral. Reconheço que me sentia atraído pelas mensagens de alguns candidatos aos mais diferentes cargos da República. Sentia verdade e segurança nas falas de muitos deles. Algumas propostas eram consistentes, atraentes e palatáveis. Hoje, porém, não perco mais meu tempo com isso.  Não sei você, mas ando com a paciência saturada com esse negócio de propaganda eleitoral, não sem motivo jocosamente apelidado pelo meu vizinho de “programa de promessas eleitoreiras”, devido ao exagero linguístico com que se comportam muitos daqueles que se julgam aptos a representar o povo nos palácios e parlamentos.

Como engolir, sem pestanejar, um condenado por corrupção enchendo a boca para falar de honestidade? Tenha santa paciência! Assim já é demais! Na Roma antiga, praticava-se a política do pão e circo, uma estratégia usada pelos líderes romanos para manter a população fiel à ordem estabelecida e conquistar o seu apoio. No Brasil, vigora a tática eleitoral do churrasquinho e da cerveja no final de semana. E o que dizer da candidata do imposto só, como se isso fosse a receita econômica ideal para arrancar o Brasil do cipoal tributário no qual está imerso há décadas, o que o coloca no topo das nações com a maior carga tributária do mundo. E ainda tem aquela outra candidata que acha que os problemas da educação brasileira residem nos péssimos salários pagos aos professores. Só isso? Não cara pálida! Especialistas no assunto garantem que não poucos os desafios da educação, e que o receituário para melhor a qualidade do ensino passa, necessariamente, pela capacitação e valorização dos professores, investimentos em tecnologia e colocá-la ao alcance dos alunos, incentivando-os a desenvolverem suas habilidades, melhorar e preservar o ambiente escolar, incentivar a comunidade (país e responsáveis) a participar da administração da escolar, entre outras iniciativas.

Ter sido prefeito, ainda que de uma cidadezinha do interior, e governador, são experiências válidas para quem se dispõe a dirigir uma Nação, mas não é tudo. Existem outros requisitos que precisam ser considerados. Julgar que os programas e projetos de governos idealizados por uma equipe de assessores e executados há quase três décadas, cabem, hoje, na moldura de um país multifacetado como o Brasil é, no mínimo, pretender subestimar a capacidade das pessoas, porém, esse tem sido o discurso enfadonho usado, eleição após eleição, por um dos aspirantes ao posto de presidente do Brasil, certo de que todo mundo é otário. Não é sem motivo que muitos eleitores desligam seus aparelhos ou mudam de canal quando começa o programa de propaganda eleitoral.

Por Valdemir Caldas


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