Um poder de cabisbaixos

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ColunistaValdemir Caldas

Não sei você, meu caro leitor, mas eu achava que a Câmara dos Deputados que começou em janeiro deste ano fosse diferente com relação à atuação parlamentar daquela que existiu antes das eleições. Enganei-me. Excluindo uns poucos, temos um poder composto de políticos cabisbaixos, dependentes, cada vez mais preocupados, em primeiro lugar, em salvaguardar seus privilégios pessoais, sempre de olho nas próximas eleições, enquanto a maioria da população segue abandonada à sua própria desdita.

Organização partidária, simplesmente não existe. Os partidos mais tradicionais ficaram desestruturados. Até o PT, supostamente organizado, está se desmanchando em discórdias internas inconciliáveis por causa de sinecuras na Esplanada dos Ministérios. Ninguém parece disposto a largar seu naco de poder. Quem recebeu o voto do povo foi o presidente Lula, mas quem dar as cartas é Lira e sua turma. Pensar o contrário é miopia. Como se vê, a composição politica da Câmara dos Deputados mudou, mas os métodos de atuação continuam os mesmos.

Em vão fica o presidente Lula blasonando uma força que ele sabe que não tem, com ameaças do tipo “faço e arrebento”, pois a ameaça só vale quanto é poderosa e quem tem o poder, hoje, é o senhor Lira, que, diante das câmeras de televisão, promete colaborar com o governo do petista para encontrar as medidas capazes de recolocar o país nos trilhos do crescimento econômico e, consequentemente, contornar o quadro doloroso da vida nacional, mas, no fundo, todo mundo sabe, principalmente Lula, quais são as verdadeiras intenções de Lira. Ele jogou com Bolsonaro e, agora, está jogando com o petista. E, pelo visto, vai ganhar o jogo na base da pressão.

Por Valdemir Caldas


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