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Transposição – entre o discurso e a ação

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ColunistaValdemir Caldas

É próprio da atividade política o discurso mais do que a ação. Em geral, quem milita nessa área não perde a oportunidade de falar, mesmo quando não tem quase nada a dizer. Afinal, falando, por um lado, e fazendo (ou simulando) alguma coisa, por outro, muitos espertalhões acabam levando eleitores desavisados no papo.

Não são poucos os políticos rondonienses que se elegeram e reelegeram, em boa medida, ludibriando a realidade dos fatos e daquilo que poderiam fazer socialmente produtivo, mas não fizeram por conta de acordos eleitoreiros, determinantes para que interesses de grupos se estabelecessem, em detrimento de direitos e garantias individuais de servidores públicos, por exemplo.

A situação envolvendo o enquadramento de servidores do Ex-Território Federal de Rondônia para os quadros da União insere-se, ao que tudo indica, no contexto do que acima se afirma. Durante as campanhas eleitorais, candidatos das mais variadas correntes ideológicas abraçaram a transposição como uma de suas principais prioridades num eventual mandato, porém, uma vez eleitos, mergulharam em estado de completo estupor a respeito do assunto. Entre o discurso e a ação efetiva, que servidores esperavam (e muitos ainda esperam até hoje), a distância tem sido muito grande – distância essa, aliás, que, para muitos, jamais será superada.

Há um contingente de pessoas que cumpriu todos os requisitos exigidos em lei para ingressar nos quadros da União, mas até hoje não sabe o que vai acontecer com a sua vida profissional. Este tipo de comportamento fere a dignidade das pessoas. Pior é saber que ainda tem candidato que se elege com esse tipo de discurso.   

Por Valdemir Caldas

 

 


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