Coluna Boca Maldita – OLHO NOS OPORTUNISTAS
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CASINHAS DA DISCÓRDIA
Esta semana, o pessoal do setor de comunicação da Prefeitura de Cacoal convocou a imprensa para anunciar que o município se prepara para entregar as casinhas do Vale Verde às 300 famílias contempladas no sorteio. Segundo as informações que chegaram à coluna, as famílias devem procurar a SEMAST e apresentar todos os documentos necessários para garantir o benefício. A conclusão da obra, iniciada há vários anos, somente foi possível porque o governo federal retomou a construção das moradias que estavam abandonadas e sem nenhuma previsão. A obra faz parte do programa Minha Casa Minha Vida, um dos principais programas sociais do governo Lula e também funcionou no governo Dilma. Quando a prefeita Maria Simões assumiu o cargo em 2020, ela trabalhou para realizar o sorteio das casinhas, mas enfrentou forte oposição de vários políticos do município que queriam a anulação do sorteio, entre eles o então deputado estadual Adailton Fúria, hoje prefeito da cidade. Por causa da tentativa de anular o sorteio, as famílias contempladas viveram dias de muito sofrimento, mas parece que a hora de ter a casa própria está bem próxima.
OLHO NOS OPORTUNISTAS
Como essa história de entrega das casinhas vai acontecer no período em que também começou a pré-campanha eleitoral, talvez seja muito interessante que o Ministério Público Eleitoral, a Polícia Federal e outros órgãos de fiscalização fiquem bem atentos aos acontecimentos, porque tem um monte de pré-candidato tentando tirar proveito político da situação. As famílias contempladas no sorteio e os demais eleitores também precisam abrir os olhos, porque não podem aceitar serem enganados pelos discursos de políticos oportunistas. É preciso ficar claro que o programa Minha Casa Minha Vida não é um programa municipal. Para a construção das casas, os municípios participam com a doação do terreno para a construção e os recursos são destinados pelo governo federal, sem a interferência de nenhum deputado, senador ou vereador. É assim que funciona no país inteiro. Claro que pode aparecer algum político local dizendo que os recursos foram conseguidos por eles, mas isto não é verdade e o eleitor precisa entender isso. Quem tiver interesse em obter maiores informações, basta acessar o portal do governo federal e fazer uma busca sobre o programa Minha Casa Minha Vida, para não cair em conversas de políticos que fazem de tudo para tirar proveito de obras que nunca fizeram e que não tiveram nenhuma participação.
MUDANÇAS DE PARTIDO
Após o fechamento da Janela Partidária em 5 de abril, ficou constatdo que diversos vereadores de Cacoal mudaram de partido. João Picheck e Lauro Kloch foram para o PP, Paulinho do Cinema e Edimar Kapiche foram para PSD, Paulo Henrique foi para o PL. com as mudanças de partidos dos vereadores, é possível que PSDB, PSB e PTB tenham enormes dificuldades para apresentar uma lista de candidatos este ano. No caso do PSB, o próprio presidente do partido no município já anunciou que o partido não terá candidatos. A situação do PSDB é muito semelhante, já que o vereador Kapiche resolveu abandonar a sigla e entrou para o partido do prefeito. Nos bastidores, fala-se que alguns nomes que estavam no PSB e PSDB foram levados para outros partidos de interesse do prefeito. O caso do PTB pode ser diferente, porque o partido fez uma fusão com o Patriotas e virou o PRD, uma nova sigla e que pode, sim, ter uma lista de candidatos em agosto. Com as mudanças ocorridas, o cenário político do município deixou claro que a grande maioria dos partidos de Cacoal não estarão no palanque do atual prefeito.
PALANQUE ELEITORAL
No dia em que o prefeito anunciou sua decisão de disputar a reeleição, aconteceu um evento no auditório da Câmara Municipal. O evento contou com a presença de dezenas de assessores do prefeito e apoiadores de sua administração. Entretanto algumas curiosidades foram constatadas. Na ocasião, foi apresentado um banner com as siglas que estariam dispostas a apoiar a reeleição do prefeito. Constam no banner os partidos: PSD, PSB, PDT, AGIR, AVANTE E REPUBLICANOS. Neste caso, vale salientar que o PSB, partido do vice-presidente da república, é aliado de primeira hora do prefeito de Cacoal, mas as principais lideranças do partido não compareceram ao evento. O PDT é outro partido que consta na divulgação, mas nenhum membro do partido estava presente e, nos bastidores, diversos lideres pedetistas afirmam que o partido não havia autorizado colocar a sigla no panfleto. Assim, o principal grupo político de campanha do prefeito deve ser formado pelos vereadores que fazem parte da base aliada e os secretários municipais que deixaram o cargo no período previsto pela legislação eleitoral.
DIREITA OU ESQUERDA?
Muitas pessoas em Cacoal adoram essa discussão de direita ou esquerda e alguns batem o pé para dizer que não aceitam, de maneira nenhuma, a ideia de esquerda. Entre essas pessoas está o vereador Magnison Mota, do Republicanos. O curioso é que ele faz diversas juras de amor ao prefeito de Cacoal, que é filiado ao PSD de Gilberto Kassab, faz parte do bloco de apoio de Lula em Brasília e ocupa três ministérios na capital federal. O Republicanos, do vereador Magnison Mota, também faz parte do bloco do governo e também tem ministério, assim como o PDT. O Avante ainda não tem ministério, mas esteve na campanha de Lula desde o primeiro turno das eleições de 2022. O vereador Magnison talvez tenham esquecido que Geraldo Alkimin é o vice-presidente da república e pertence ao PSB, partido que também está na base de apoio do prefeito Adailton Fúria. Com tanta rejeição pelos partidos da esquerda ou pelo atual presidente da república, talvez o caminho mais adequado para o vereador Magnison seria disputar sua reeleição pelo PL ou pelo NOVO, porque esses dois partidos realmente fazem oposição ao governo Lula. Aliás, todos os presidentes, governadores e prefeitos precisam ter opositores, porque isto acontece nas nações democráticas. O que não faz sentido é um político ser filiado a um dos partidos governistas e fazem discursos como se fosse opositor.
SAIA JUSTÍSSIMA
Esse ódio todo que o vereador Magnison declara ter pela esquerda parece muito mais cena de novela e uma tentativa de atrair os eleitores que não votam em Lula. Poucos dias atrás, o mesmo vereador Magnison Mota fez inúmeros ataques contra o senador Jaime Bagattoli, que é da direita, representa o agro em Brasília e faz oposição ao governo Lula. O vereador não poupou nenhuma crítica ao senador da direita de Rondônia e o prefeito de Cacoal teve que ligar para ele e mandar que fizesse um vídeo para pedir desculpas ao senador. Talvez o prefeito precise lembrar ao vereador Magnison que o PSD tem vários ministérios e que há outros partidos na aliança do prefeito de Cacoal com estreitas ligações com o governo federal. Neste caso, é possível que esses partidos nem exijam do vereador um pedido de desculpas como ele fez ao senador Jaime Bagattoli, mas ele precisa saber identificar os partidos aliados da administração municipal. Vai ficar bem engraçado ver o vereador Magnison em campanha contra os partidos que apoiam Lula e fingindo que não sabe da posição do PSB, PSD, PDT, Avante e Republicanos lá pelas bandas de Brasília.
TRATAMENTO DE LUXO
Na sessão ordinária da última segunda-feira, diversos questionamentos sobre a falta de médicos no Hospital Materno Infantil foram feitos pelo vereador Paulo Henrique. Entretanto, alguns dos vereadores que defendem o prefeito, Magnison Mota, Edimar Kapiche e Luís Fritz, usaram a tribuna para dizer que o hospital funciona muito bem e que os filhos deles foram muito bem atendidos no Materno Infantil. Fritz chegou a citar que os filhos do prefeito também foram muito bem atendidos no hospital. Não há nenhuma novidade em alguém dizer que os filhos dos vereadores da base aliada e os filhos do prefeito são bem atendidos no Materno Infantil, porque todo mundo sabe que os chefes da unidade são subordinados ao prefeito e conhecem os vereadores. É claro que vão atender bem. Todas as demais pessoas que são atendidas no materno infantil certamente são bem atendidas porque os técnicos, enfermeiros e alguns médicos se dedicam a atender bem a população. Mas dizer que o hospital está uma maravilha, porque atendeu os filhos dos políticos não serve como referência. Em Rolim de Moura, políticos de Cacoal também são bem atendidos. Alguns chegam a furar a fila do SUS para fazer cirurgia no município vizinho. Se os vereadores de Cacoal são bem atendidos nos hospitais de Rolim de Moura, imaginem como é em Cacoal.
VIGILANTES MUNICIPAIS
Na sessão da segunda-feira, os vereadores de Cacoal aprovaram um projeto que visa beneficiar os vigilantes municipais. O projeto foi articulado pelo vereador Edimar Kapiche e pode ter sido uma medida de consolo ofertada pela administração ao vereador, já que ele prometeu aos vigilantes que iria criar no município a Guarda Municipal. Kapiche viajou para diversos estados e dezenas de cidades brasileiras dizendo que iria trazer para Cacoal uma Guarda Municipal modelo, coisa que nunca aconteceu, porque não existe nenhuma condição financeira ou administrativa para criar a estrutura prometida aos vigilantes. Com a aprovação do projeto essa semana, diversos outros servidores municipais acabaram prejudicados, já que a matéria aprovada beneficiou apenas a categoria escolhida pelo vereador Kapiche. E no dia da votação, a desculpa apresentada foi que eles vão pensar em outro projeto para beneficiar os servidores que ficaram prejudicados. É muito difícil imaginar que isso vai acontecer, principalmente porque a partir de agora, a legislação eleitoral prevê várias restrições sobre o assunto.
ANUNCIO DE GREVE
Os trabalhadores do Departamento de Estradas de Rondônia (DER) não estão muito satisfeitos com a situação salarial deles e cobram do governador Marcos Rocha diversos benefícios, como o auxílio alimentação e outros. O problema é que existem setores do governo de Rondônia que recebem auxilio alimentação em valores que chegam a 2 mil reais, enquanto há outras categorias, como DER, saúde e educação completamente desprestigiadas. O auxilio alimentação dos trabalhadores da educação é de 253 reais, valor muito baixo em comparação com os órgãos que recebem entre 1.500 e 2.000. Esse é um dos principais motivos da greve anunciada pelos trabalhadores do DER e que também deve ser anunciada pelo pessoal da saúde e educação nos próximos dias. O governador marcos Rocha teve o apoio da maioria dos servidores públicos em sua reeleição, mas atualmente enfrenta grande desgaste nesse segmento da população, exatamente por causa de algumas promessas de campanha que não foram cumpridas até este momento. Caso haja greve no setor de educação e saúde, os candidatos a prefeitos e vereadores ligados ao governo estadual terão muito trabalho para tocar suas campanhas municipais.
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