Cansado de roubalheira

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ColunistaValdemir Caldas

Há, no país, um desejo inequívoco de moralização da coisa pública. São cada vez mais nítidas as demonstrações de cansaço do que representa a imoralidade,a corrupção, a pilantragem, a desordem moral, criando escola de degeneração dos costumes, como se a desonestidade houvesse se incorporado à cultura do povo e um trágico e desgraçado fatalismo fosse o arquiteto dessa realidade. Ledo engano.

 

Enquanto isso, gerações inteiras são condenadas à miséria, vítimas incontestáveis dos intrincados laços de corrupção, de pistolão, de corporativismo, da substituição de valores, consolidando-se, assim, o que disse Rui Barbosa, em sua Oração aos Moços, segundo o qual chegará o dia em que o cidadão sentirá vergonha de ser honesto. E o Estado de Rondônia não poderia ficar à margem dessa desapontadora e cruel realidade. A politicalha, sempre a serviço da corrupção e viciados, a gerar um interior sentimento de descrença nos valores éticos e intelectuais.

 

E nessa esteira de desilusões, caminhamos para a escolha de presidente da República, governador, deputados federal e estadual. Não será tarefa fácil. O desafio chega a ser gigantesco. Entretanto, ou a população rondoniense entende que, para alcançar o futuro não existem atalhos, ou então continuaremos a assistir as mesmas e cansadas cenas de corrupção, de inversão de valores, com o endeusamento e culto à personalidade. Por isso, a responsabilidade do eleitor transcende à sua trivial percepção.

 

Não é só votar por votar, escolher por escolher. Estaremos votando no futuro. Daí a importância de se proceder a uma profunda reflexão, antes de apertar o teclado da urna eletrônica. Não podemos votar pensando apenas no melhor para o Brasil, mas, também, no que é melhor para Rondônia, abrindo, assim, caminhos para novos horizontes e uma nova mentalidade político-administrativa. Ou escolhemos a trilha radiosa da moralidade, da modernidade, da restauração da dignidade humana e da decência pública, ou, desgraçadamente, continuaremos a respirar o mesmo odor desagradável que há muito infecta à política nacional e, principalmente, a local, com as honrosas exceções.

 

 


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