CONFÚCIO CHANTAGEADO: Traição, trapaça, bandalheira, a velha política está de volta | Notícias Tudo Aqui!

CONFÚCIO CHANTAGEADO: Traição, trapaça, bandalheira, a velha política está de volta

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Acabou o céu de brigadeiro do governador Confúcio Moura rumo ao Senado Federal. A situação cheira chantagem.

Protagonistas de conversa [divulgada no Waths App] a ser periciada, o presidente da Assembleia Legislativa, Maurão de Carvalho, e o deputado Jesuíno Boabaid reagem.

Em menos de 48 horas o fogo alastrou-se e o incêndio não se apaga facilmente.

Confúcio, que se encontra no Rio de Janeiro, mandou dizer que ficará no governo “para concluir seu mandato”. A notícia fora dada exclusivamente, no sábado, ao site O Rondoniense, pelo chefe da Casa Civil Emerson Castro.

Confúcio anulou segunda-feira (5) todos os atos do vice. A nomeação e posse a Josafá Marreiros [membro do PMDB]; e a nomeação do coronel PM Ronaldo Flores em substituição ao coronel Ênedy Araújo no comando geral da corporação. Ênedy já voltou e Celso Coelho, assumiu no lugar de Marreiros.

“Honrarei o meu compromisso com o povo do estado, entregando todas as obras ainda em andamento”. A bombástica gravação de áudio sem autorização judicial a ele atribuída.

Castro disse ao site O Observador que estava “no sul do País e dirigiu o dia todo”. No entanto, enviou à Redação três áudios negando participação nas gravações.

A chantagem teria lastro em supostas irregularidades na construção de uma ponte em Ji-Paraná e na compra de um terreno para assentar atingidos pelas cheias do Rio Madeira. O ex-diretor do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) Ezequiel Neiva, envolvido na história, é pré-candidato a deputado federal.

Maurão denuncia ilegalidade na gravação supostamente feita por Castro, no estilo do ex-governador Ivo Cassol, que se notabilizou no gênero. “É um grampo criminoso, uma tramoia clandestina e ilegal, obtido(sic) por meios ilícitos e escusos, com o claro objetivo de tentar denegrir a minha imagem junto à opinião pública, em razão de meu nome despontar como pré-candidato ao Governo”.

RECUO FORÇADO?

A revelação contida no áudio teria também contribuído para que Confúcio recuasse no seu objetivo eleitoral e resultou também no rompimento de acordo de transferência de governo para o vice Daniel Pereira (PSB), de modo pacífico e consensual.

Em entrevista ao jornalista Arimar Souza de Sá, na TV Gazeta, Daniel disse que as pessoas “deveriam ficar atentas às redes sociais, porque estava para ser divulgado o motivo pelo qual o governador Confúcio Moura decidiu voltar atrás, exonerar todas as pessoas indicadas pelo vice para o DER e Comando Geral da PM, desistir de ser candidato ao Senado e não mais apoiá-lo para o Governo”.

Dois fatos ainda carecem de análise bem acurada nas hostes partidárias:

1) Pereira perdeu ponto, quando o senador Acyr Gurgacz (PDT), a quem é alinhado, foi denunciado judicialmente por ter avalizado financiamento do BNDES à Eucatur Turismo, para que a empresa adquirisse novos ônibus; a empresa comprou sucatas.

2) O senador Valdir Raupp (PMDB) vê temporariamente aberto o caminho para disputar a reeleição, embora faça parte do enorme rol de denunciados pela Operação Lava Jato. Raupp há meses tenta negociar com o governador, no mínimo, uma candidatura dele à Câmara, nunca ao Senado.

“CONVERSA DUROU UMA HORA”

O teor do zap revela que os deputados Boabaid [policial militar afastado] e Maurão articulavam a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para pedir o impeachment do governador por conta de supostas irregularidades administrativas, entre as quais, a ponte de Ji-Paraná.

Boabaid: “(...) Eu quero matar ele e vou arrumar um cabra de peito que vai pressionar a Assembleia, só a denúncia da ponte, do terreno, do crime de responsabilidade, se tiver 8 votos já afasta ele do Governo”.

Obviamente, o termo matar não é mais do que uma faceta do linguajar da moda: derrotar alguém.

Ele se gaba de conhecedor das leis internas da Assembleia e garante que Confúcio “não resistiria”.

Boabaid confirma a conversa gravada, mas minimiza a situação: “Em nenhum momento cometi ato ilícito. A minha função como deputado estadual, além de legislar, é fiscalizar e apurar denúncias que envolvem o executivo”.

“A conversa foi registrada clandestinamente com objetivo de tirar o contexto de investigações que estão em curso. Se fosse algo oficial, requisitaria toda a conversa que foi por mais de uma hora e não de apenas 11 minutos”.

“Foi covarde a exposição da conversa”, afirmou.

“A CPI É FORTE”

“Eu sempre falei pra ti, Maurão deixa isso comigo, porque tu nunca me autorizou, eu conheço aquela matéria todinha, artigo 60. Um dia chegou lá uma denúncia feita por Edvaldo Coelho. O Hermínio era presidente e eu assinei. O Hermínio arquivou porque não tinha voto. O que importa é tu Maurão afastar ele”, diz em determinado trecho.

Maurão também se gaba: “A CPI é forte”.

“Ele é louco. Vai lá e pôu”, acrescenta Boabaid.

Se a trama se consumasse, o vice-governador Daniel Pereira assumiria placidamente o poder, tornando-se forte candidato ao cargo nas próximas eleições, em outubro.

Maurão, que se beneficiaria com a CPI, fala: “Eu enquanto tiver na Assembleia, nunca esse cara vai ser nem...vai fuder com a gente em três minutos”.

Na verdade, a CPI iria além do caso da ponte, pois investigaria também a compra de um terreno em Porto Velho. “Aí, na denúncia na tribuna, você tem que dizer o seguinte: diz que o dinheiro da ponte foi pra pagar conta do Confúcio, pra empresa, tal empresa”, diz Maurão. 

A apresentação da CPI seria pedida por Jesuíno com a apresentação de um laranja e teria o apoio de Hermínio Coelho (PDT), inimigo do governador e recentemente condenado pela Justiça por xingá-lo e acusá-lo em redes sociais.

 

Ouça o áudio:

 

Conversa:

 

 

 

 


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