Do bairro “fora do mapa à pulsante Zona Leste
Pulsante, todos os dias, a zona leste vive hoje sem muita necessidade do centro de Porto Velho. Tem tudo.
Com 230 mil habitantes, seus bairros acumulam problemas e sonhos semelhantes. Nesse ritmo, emocionei-me ao me deparar com a fachada do portal Notícias Tudo Aqui, iniciativa brilhante do jornalista Osmar Silva, há anos morador no bairro JK.
O novo jornal de Osmar, também fundador do célebre O Parceleiro, em Ariquemes, no auge da colonização de Rondônia, fica em frente à agência da Caixa Econômica Federal, na Avenida Alexandre Guimarães, bairro Tancredo Neves.
Conto em breves linhas um pouco da surpresa deste repórter ao presenciar uma cidade que não ia além da rodoviária construída na Avenida Kennedy, depois batizada de Jorge Teixeira.
Na Redação empoeirada de A Tribuna, o editor Lúcio Albuquerque incumbia-me de correr trecho no meio do mato para ver o que acontecia por lá. Sim, depois da atual rodoviária, bairros de verdade, mesmo, só Embratel e Pedacinho de Chão.
O repórter visitava casebres, puxando conversa com moradores daquele mato. Um deles estava na janela de seu rancho coberto de palha e me recebia com fidalguia: o lendário Joaquim Barbosa, soldado da borracha, cabo eleitoral do Jerônimo Santana (MDB).
Voltava para a Redação com o preâmbulo da reportagem que mostraria depois o dia a dia do crescimento do lugar que alguns pretendiam batizar de São José ou JK, porém, se tornou Bairro Nova Porto Velho, palco de disputas fundiárias na bala e nos tribunais.
Juscelino Kubitschek de Oliveira, morto em acidente automobilístico na Via Dutra, em 1976, seria mais tarde nome de bairro. E bairro grande, porque tem JK 1 e JK 2.
A cidade tomava o rumo da zona leste e isso ocorreu numa velocidade impressionante, em se tratando da demografia. Se em 1975 não passava de cem mil habitantes, em quatro décadas depois alcançou meio milhão de pessoas. E a manchete de Lúcio Albuquerque considerou naquele período que a futura Nova Porto Velho era “um bairro fora do mapa”.
Hoje, todos os mapas incluem a zona leste como uma das mais prósperas regiões desta Capital amazônica.
No final do ano passado, Lojas Americanas abriu filial na Avenida Amador dos Reis. O que indica o alto consumo de eletroeletrônicos, celulares, peças de cama e banho e perfumaria em geral.
Não é por menos: sua gente, suas ruas e avenidas, seus açougues, farmácias, bares, restaurantes, bancas, lojas, postos de saúde, áreas de lazer, igrejas (para todos os credos), salões de beleza, estabelecimentos bancários merecem a mais alta consideração do poder público. Existem, sofrem e consomem.
Consomem comida, saúde e segurança. Precisam ser vistos com dignidade.
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