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Educação – o eterno problema

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ColunistaValdemir Caldas

Assim como a greve, constitucionalmente, é um instrumento de luta legítima do trabalhador, quando esgotados todos os recursos próprios ao acerto entre as partes conflitantes, o acesso à educação é um dever do Estado e um direito de todos.

 

É justa a greve dos profissionais em educação no Estado de Rondônia por melhores salários e condições dignas de trabalho. Isso não se discute. Não menos justo, também, é o direito dos pais de terem seus filhos estudando. Afinal, como se fala, a educação é indispensável, inclusive, à superação de nossas dificuldades.

 

A paralisação dos profissionais em educação se arrasta há vários dias. Nesse ínterim, muitas reuniões foram realizadas entre representantes do governo do Estado, políticos e sindicato da categoria, mas, de concreto, não se avançou um milímetro. Nenhum resultado prático capaz de traduzir a recuperação de, pelo menos, parte dos prejuízos contabilizados pelos trabalhadores.

 

Infelizmente, políticos, sobretudo deputados estaduais, se têm aproveitado do movimento paredista para colherem dividendos, já que estamos às portas de novas eleições, porque essa é uma das facetas da política nacional. Tiveram tanto tempo para evitar a grave, mas nada fizeram. Agora, querem vestir o manto esfarrapado de paladinos da categoria.

 

Se, em nível estadual, as negociações não avançam, no campo municipal, porém, a situação é desesperadora. Com a folha de pagamento praticamente estourada no limite daquilo que lhe permite a Lei de Responsabilidade Fiscal gastar com pessoal, o prefeito Hildon Chaves já deixou claro que não tem como atender à categoria, a menos, é claro, que reduza o excesso de cargos comissionados existentes na prefeitura. Mas isso dificilmente ele o fará. E por motivos cristalinos. Redundante, contudo, seria mencioná-los.

 

A história, mais uma vez, se repete. É o eterno problema. Não somente na área da educação, mas em todos os setores da administração pública, nas três esferas de poder. Quando se trata de recompor os salários dos servidores, nunca há dinheiro, mas existe para manter sinecuras.


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