Sobrou pra Mariana
Sobrou para a deputada federal Mariana Carvalho. Como na Lei da Física não existe espaço vazio nem dois corpos ocupando o mesmo espaço, a trapalhada que atingiu o vice governador Daniel Pereira e enfraqueceu o presidente da Assembleia Legislativa, Maurão de Carvalho gerando um vazio na corrida sucessória ao Palácio Rio Madeira, foi logo preenchido pela tucana portovelhense.
Na segunda, Mariana Carvalho já se colocava como possível candidata ao governo de Rondônia. Na terça, seu partido, o PSDB, já anunciava a decisão de confirmá-la como candidata oficial nas próximas eleições. Jogo rápido aproveitando a oportunidade, o cavalo passando arriado conseqüente das trapalhadas envolvendo os grupos palacianos do governo e da Assembleia.
Lembremos que o jogo passou por forte solavanco, na semana passada, com a condenação do Senador Acir Gurcaz, pelo STF, inviabilizando sua pretensão de sentar na cadeira hoje ocupada pelo governador Confúcio Moura. Mesmo assegurando a continuação da pré-candidatura, ficou claro o prejuízo político que acabou fortalecendo a pretensão não confessada de Daniel Pereira e até mesmo a de Maurão de Carvalho, sempre vista como uma pré-candidatura frágil.
Agora, foi a vez de, de repente, o articulado Daniel Pereira ver o acalentado sonho descer ladeira abaixo. Tudo, dizem, por conta de arrogância exposta em ríspido diálogo com o titular do governo que estava discordando de alguns nomes de preferência do vice e pedia substituição. Teria ameaçado: “tu vais ver o que vou fazer depoisdo dia 7 de abril”. Clara demonstração, a ser verdade, de quem já se achava a mais importante estrela da constelação política de Rondônia.
Após esse curto circuito, um grupo da confiança de Confúcio foi ao gabinete do vice Daniel tentar baixar a temperatura. Queriam uma conversa a sós. Mas Daniel negou-se, autorizando os interlocutores a falar na frente de todo mundo. E teria dito a Vagner Freitas, que compunha o grupo embaixador, que Confúcio queria que ele aceitasse como seu vice “um tal de secretário da fazenda”. O tratamento deselegante,ao próprio Vagner fechou o tempo.
O fato é que, no momento, muita coisa precisa ser esclarecida. Confúcio construiu com muito zelo, trabalho, inteligência e pertinácia, a carreira política que o guindou a subir no patamar dos três melhores governadores do país e o que mais honrou promessas de campanha. Ele, queira-se ou não é, hoje, uma das mais reluzentes estrelas do PMDB e do universo político de Rondônia. O maior e mais bem avaliado desde Jorge Teixeira.
A verdade é que, talvez, juntando suposta e negada chantagem de Maurão e Boabaid e o pescoço grosso de Daniel, formou-se o ingrediente que levou Confúcio a possivelmente renunciar a uma candidatura, por todos avaliada, como vitoriosa rumo a uma cadeira do Senado da República.
A tal gravação, agora notória, contem ingredientes que trarão graves repercussões na sociedade e junto àjustiça. Vamos aguardar o retorno do governador e os próximos movimentos no tabuleiro político de Rondônia.
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