
Estudantes e professores da área da saúde atendem moradores de três aldeias com serviços médicos, nutricionais e psicossociais em iniciativa inédita
Porto Velho (RO) – Em uma ação inédita, o Centro Universitário São Lucas Porto Velho | Afya promoveu, no último sábado (17), uma atividade de responsabilidade social que levou atendimento de saúde aos indígenas Karitiana da comunidade Beijarana, localizada na Terra Indígena Karitiana, a cerca de 100 km da capital rondoniense.
A iniciativa reuniu acadêmicos e professores dos cursos de Medicina, Enfermagem, Psicologia, Fonoaudiologia, Odontologia e Nutrição, que ofereceram atendimento médico, orientações nutricionais e apoio psicossocial aos moradores das três aldeias que compõem a Terra Indígena. A comunidade recebeu pela primeira vez uma equipe universitária, num momento que aliou assistência em saúde à valorização cultural e aprendizado prático.
Sob supervisão dos docentes, os estudantes puderam aplicar seus conhecimentos em um cenário real e com grande relevância social. “Essa vivência foi enriquecedora. Conhecer a diversidade alimentar e os diferentes costumes da comunidade indígena é fundamental para minha formação como nutricionista”, relatou Ester Leite, aluna do 3º período de Nutrição.
Além da prestação de serviços, a ação reforçou a importância da escuta ativa e do respeito aos saberes tradicionais. O pró-reitor da instituição, professor Francisco Rodrigues de Souza, destacou o compromisso da São Lucas com a formação integral de seus estudantes: “Queremos formar profissionais conscientes do seu papel social. A ação na comunidade Beijarana é um exemplo claro disso”.
A iniciativa foi elogiada por representantes dos órgãos de saúde indígena. Breno Mucuripe, liderança do DSEI e da CASAI, destacou a logística facilitada pelo atendimento na própria aldeia. “A presença da equipe aqui atende demandas antigas e garante um serviço de qualidade dentro do nosso território”, afirmou. Já a farmacêutica Clevaneide Costa celebrou a troca de experiências: “Estamos trazendo saúde e também aprendendo com a comunidade. Essa conexão é essencial”.

O médico Anderson Luiz dos Santos Torres, que acompanha os moradores localmente, apontou o impacto direto da ação na qualidade do atendimento. “Trazer a universidade até a aldeia é um avanço importante. Evita o deslocamento dos pacientes e amplia o acesso aos serviços”, declarou.
Para os indígenas, a presença da equipe foi vista como um marco histórico. O ancião Jorge Marcelino Karitiana expressou sua gratidão: “É a primeira vez que uma faculdade vem até nós. Fui atendido pela equipe médica por causa da pressão alta e estou sendo monitorado”.
A nutrição foi um dos focos da ação. A coordenadora do curso, professora Kaymann Skroch, destacou a necessidade de conscientizar a população indígena sobre os impactos do consumo de alimentos industrializados. “Estamos observando mudanças na alimentação tradicional e orientando principalmente as crianças a adotarem hábitos mais saudáveis”, explicou.
O professor de Medicina Arlindo Gonzaga reforçou o valor pedagógico da iniciativa: “É uma experiência de formação complementar e integral. Ao lidar com uma população tradicional da região, o aluno amplia sua visão sobre saúde e atendimento humanizado”.
A atividade na comunidade Beijarana evidenciou como a união entre educação, saúde e responsabilidade social pode promover transformações concretas na vida das pessoas, além de fortalecer o vínculo entre a universidade e as comunidades tradicionais de Rondônia.
Fonte: noticiastudoaqui.com