A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começou a analisar, nesta terça-feira (22/4), se aceita ou se rejeita a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra mais um grupo de acusados de tentativa de golpe de Estado.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, iniciou o julgamento pouco antes das 10h. “Senhores ministros, em conclusão, da mesma forma que na sessão de 26/3, o procurador-geral da República aguarda o recebimento da sua denúncia na sua integralidade”.
Acompanhe aqui o julgamento:
O chamado núcleo 2 é formado por seis integrantes — entre os quais o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, acusado de gerenciar ações para um possível golpe de Estado.
Após Gonet, tomou a palavra o advogado Danilo Davi Ribeiro, defensor do denunciado Fernando de Sousa Oliveira (leia acima lista com todos os denunciados do núcleo 2).
“Em momento algum, Fernando de Oliveira foi denunciado por envolvimento nos atos de 8 de Janeiro. Ele foi indiciado pelo crime de violência política — esse foi o indiciamento. A defesa se sentiu surpreendida com a denúncia em relação a fatos envolvendo o 8 de Janeiro, porque ele foi denunciado pela PGR por ter agido com omissão na função de secretário substituto”, afirmou. “Não houve omissão do delegado Fernando em 8/1”, acrescentou.
Em seguida, os advogados Marcelo Almeida Santana e Sebastião Coelho fizeram a defesa de Filipe Martins. “Não há justa causa para o recebimento dessa denúncia. É comprovado que Filipe Martins, no dia 8/1, estava em Ponta Grossa (PR), embora a Polícia Federal tenha dito que ele estava nos Estados Unidos”, alegou Sebastião. “Em caso de recebimento da denúncia, peço à Vossa Excelência que as cautelares sejam afastadas”, completou.
O advogado Luiz Eduardo de Almeida Santos Kuntz tomou a palavra em nome do denunciado Marcelo Costa Câmara. “Nunca atentou contra a democracia ou contra o Estado Democrático de Direito”, destacou. “Que seja imediatamente declinada a competência para que o primeiro grau analise.”
Eugênio Aragão fez a defesa de Marília Alencar. “Não há, nessa denúncia, qualquer especificidade sobre qual teria sido sua conduta. Alega-se apenas que ela elaborou um BI — um boletim de informações — que teria sido usado por Silvinei. Ocorre que, no próprio relatório policial, ao se sobreporem os locais em que Silvinei montou as barreiras com os pontos indicados como críticos no BI de Marília, não há qualquer coincidência”.
Uma das acusações da PGR neste caso é de que os integrantes do núcleo 2 usaram a máquina pública, como a PRF, para dificultar o acesso de eleitores aos locais de votação no segundo turno das eleições de 2022, especialmente na Região Nordeste, maior reduto eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), então concorrente de Jair Bolsonaro na disputa presidencial.
O julgamento para saber se os acusados viram réus será dividido em três sessões: às 9h30 e às 14h, nesta terça, e das 8h às 10h, na quarta (23/4).
Nessa fase processual, o colegiado apenas verifica se a denúncia atende os requisitos legais, com a demonstração de fatos enquadrados como crimes e de indícios de que os denunciados foram os autores desses delitos. Ou seja, a Turma avalia se a acusação trouxe elementos suficientes para a abertura de ação penal.
(Metropoles)
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